Tem como o desastre do lançamento do AI Pin ser algo ainda pior do que já foi até agora?
É claro que tem! O ser humano é muito criativo, e a Lei de Murphy tende a ser implacável nestes casos.
O AI Pin, dispositivo da Humane que prometeu substituir o smartphone porque contava com uma Inteligência Artificial integrada e servia para quase nada nessa vida, não só está fadado ao fracasso pelas reviews negativas, mas também está programado para colocar a integridade física dos usuários em risco.
E é de se imaginar que a tonelada de processos que a empresa vai receber fará com que o produto e seus responsáveis sejam afundados de uma vez por todas.
Risco de incêndio
A Humane emitiu um aviso urgente aos (poucos) proprietários do AI Pin, solicitando que parem de usar e carregar imediatamente o estojo de carga do dispositivo. O motivo para o pedido é o risco de incêndio detectado no acessório.
O problema está nas células de baterias defeituosas disponibilizadas por um terceirizado, que podem representar um risco de segurança contra incêndio. Agora… a Humane não fez testes de controle de qualidade antes de colocar o produto no mercado?
A Humane ainda está investigando a fundo a causa do problema e promete compartilhar mais informações em breve. Até lá, os clientes estão avisados: o AI Pin deixou de ser um inútil completo, já que agora ele pode efetivamente queimar a sua pele.
De alguma forma, já é fazer mais do que o produto fazia antes de descobrirem esse problema nele.
AI Pin, e seu histórico problemático
O lançamento do AI Pin foi marcado por críticas negativas dos usuários e especialistas em tecnologia, principalmente devido à sua interface limitada e recursos questionáveis. Na verdade, estou sendo gentil com a Humane: o dispositivo não serve para absolutamente nada (que justifique você substituir o seu smartphone por ele).
Além disso, a empresa foi criticada por falta de transparência em relação ao problema do estojo de carga, não comunicando a falha em seus canais oficiais.
Se é uma Samsung da vida que faz isso, ela é massacrada. Então, nada mais justo que o mesmo seja feito com uma Humane, que (quase) ninguém sabe direito de onde saiu.
E ainda quer vender o AI Pin para alguém
O mais inacreditável de tudo isso é que mesmo depois de todos os problemas apresentados até agora, a Humane está procurando um comprador para o AI Pin.
E não duvido que alguma outra empresa se interesse pelo produto, seja para ficar com suas patentes, seja para efetivamente melhorar o dispositivo para que ele possa ser considerado válido para o mercado.
Não se descarta a possibilidade de um dispositivo como esse iniciar uma nova fase no segmento de gadgets com inteligência Artificial. O Rabbit R1 tenta a mesma coisa, e também não chegou a lugar nenhum. Mas como são produtos que ainda estão no começo de uma tentativa, não podem ser julgados pelo primeiro fracasso.
Porém, tudo o que a Humane fez até agora com o AI Pin só está queimando o filme do dispositivo, que poderia ser até interessante se fosse melhor formatado.
Ou se a Humane contasse a real sobre o produto. E nada disso estaria acontecendo.