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Qual é a da Apple Intelligence?

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A Apple Intelligence foi uma das principais atrações na keynote inaugural da WWDC 2024. O evento apresentou as principais novidades das futuras versões dos sistemas operacionais da Apple, com um foco significativo na inteligência artificial.

Era o que todo mundo esperava da Apple no seu evento de desenvolvedores. E por tabela, algumas surpresas um tanto quanto indigestas (como a IA apenas para o iPhone 15 Pro nos smartphones) e outras mais agradáveis (como o app de Calculadora para o iPad depois de 14 longos anos de espera).

Diante de tudo isso e depois de mais de uma semana desse keynote, fica a pergunta: qual é a da Apple Intelligence?

 

O contexto e as primeiras impressões

A Apple estava atrasada em relação aos seus principais concorrentes no campo da inteligência artificial, mas conseguiu se colocar no jogo do seu jeito: roubou o termo AI para si, mas adicionou toques de personalidade ao Apple Intelligence, na tentativa que ele fosse além de ser um “mais do mesmo” dentro desse segmento.

As reações à Apple Intelligence variaram muito, desde elogios por “reinventar a inteligência artificial” (o que eu acho um exagero) até críticas por trair seu espírito fundacional de ser uma empresa “diferente das outras”, em um modo “não se misture com essa gentalha”.

A polarização do Apple Intelligence é mais do que evidente, e defensores e detratores se esmeram para apresentar seus pontos.

 

Entre elogios e críticas

Os defensores do Apple Intelligence destacam a preocupação da empresa com a privacidade, mencionando que as cargas de trabalho serão divididas entre o dispositivo e a nuvem privada da Apple.

De fato, é uma postura bem diferente da adotada pela Microsoft, que teve que recolher o Recall no Copilot+ do Windows 11, depois que descobriram que a solução lançada de forma precoce não era tão segura quanto a gigante de Redmond vendia para todo mundo.

Além disso, quem elogiou a IA da Apple usa como argumento a forma inteligente em como a gigante de Cupertino melhorou e integrou funções existentes de maneira inteligente.

Já os detratores argumentam como grande ponto negativo a exclusão da Inteligência Artifical de todos os modelos de iPhone existentes, exceto os iPhone 15 Pro e Pro Max, devido à necessidade de um SoC específico (Apple A17 Pro) para gerenciar o recurso.

Falo mais sobre isso neste artigo, mas resumo o que penso em uma frase: é difícil de engolir as desculpas da Apple para defender essa decisão.

A Apple justifica a exclusão de modelos anteriores pela necessidade de um processamento rápido que só o SoC A17 Pro pode fornecer. No entanto, há teorias de que a limitação real está na quantidade de RAM dos dispositivos mais antigos.

Outra crítica é a integração opcional do ChatGPT, que gerou debates sobre sua utilidade e adequação. Há quem defenda que não dá para confiar no Sam Altman para gerenciar esses dados de forma segura

A Apple permite essa integração para explorar novas possibilidades na interação com o usuário, mas nem isso evitou que a empresa recebesse críticas de todos os lados, especialmente o chilique do Elon Musk no Xwitter.

No final das contas, a Apple apresenta algo interessante no Apple Intelligence, e se coloca no jogo da Inteligência Artificial com certa consistência. Mas ainda precisa convencer os usuários de que suas decisões foram corretas.

Impedir que alguns modelos do iPhone utilizem e IA é até compreensível nos aspectos técnicos, mas deixa sérias dúvidas sobre a veracidade dos argumentos.

Não dá para julgar quem está desconfiando da Apple neste momento. A empresa apresentou uma série de inovações, mas faltou com transparência na hora de explicar decisões.

E ser sincero pode ser algo “mágico e revolucionário” neste caso.


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