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Por que a Microsoft merece crédito pelas inovações no Windows 8 (mesmo que as pesoas venham a odiar tudo)?

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O Windows 8 nem chegou ao mercado, mas já é alvo de críticas. E olha que não são poucas pessoas que estão questionando a decisão da Microsoft em adotar uma interface (que antes era conhecida como Metro) que era claramente pensada para tablets, mas que será utilizada também em desktops e notebooks. Essa decisão tem dividido opiniões: enquanto um grupo acredita que essa interface só vai muito bem nos tablets, sendo um desastre nos desktops, outro grupo mais otimista afirma que esse é o maior salto de inovação que a Microsoft realizou em seu sistema operacional na história da empresa. E que toda essa ousadia pode dar certo.

Fato é que a Microsoft sabe que não vai se estabelecer rapidamente no mercado de tablets. O processo de convencimento da população será algo lento e doloroso (para eles), até porque todos estão testando o Windows 8, mas ninguém sabe qual é o real potencial do Surface. E, acredite se quiser, tudo o que a Microsoft está fazendo merece, no mínimo, ser aplaudido. Afinal de contas, eles estão correndo todos os riscos em nome de algo que muitos reclamam que não existe mais no mundo da tecnologia: inovação.

Você pode até não aceitar isso, mas essa é a pura verdade. Hoje, a maior fonte de inovação tecnológica responde pelo nome de Microsoft. Nenhum produto mudou de forma tão radical quanto o sistema operacional Windows ao longo dos últimos 10 anos, e esse perfil reflete o novo momento que a empresa passa na era pós Bill Gates. Não que eu esteja falando mal de Gates, longe disso. Afinal de contas, foi ele quem conduziu a empresa ao caminho do sucesso na década de 1990, dominando completamente o mercado de sistemas operacionais, tanto para usuários domésticos e corporativos, principalmente no que se refere à licenças OEM. E, você também pode não aceitar o que vou dizer, mas foram as iniciativas da Microsoft durante a década de 1990 que fizeram com que empresas como Apple e Google trabalharem pesado para acompanhar a gigante de Redmond nesse processo.

É claro que nem tudo é perfeito. Nesse caso, mesmo com a Microsoft melhorando e muito nos últimos anos, a empresa tem uma pedra no caminho: Steve Ballmer.

Ballmer, como todo grande líder do mercado de tecnologia, é egocentrista. E, em alguns casos, fala muita besteira. Exemplos: ele criticou o iPhone na época do seu lançamento, afirmando que o smartphone da Apple não daria certo “porque não possui um teclado físico”. Ou até mesmo que o Android iria naufragar porque o Google decidiu adotá-lo como um software livre no lugar de distribuí-lo como uma licença OEM. Enquanto Ballmer falava, Apple e Google trabalhavam, melhorando seus produtos, e inovando. Um exemplo claro disso é o MacBook Air, que mudou o mundo da tecnologia a ponto da concorrência criar uma alternativa “para Windows” do produto, os ultrabooks. E o Google, por sua vez, pegou mais pesado com o Google Chrome, que hoje é mais usado que o Internet Explorer.

A sorte de Ballmer (ou sua melhor qualidade) é que ele ouve quem os cerca. A Microsoft observou com atenção o sucesso do iPhone e iPad, principalmente a importância vital que os produtos possuem no negócio da Apple hoje, e decidiram atacar nas frentes onde eles consideravam mais relevantes, e onde eles poderiam obter uma maior possibilidade de sucesso (no entendimento da Microsoft, é sempre bom lembrar): sistemas operacionais móveis e tablets com um sistema operacional “real”. Mais do que isso: a Microsoft “comprou” o desafio de criar algo diferente dos concorrentes, oferecendo diferenciais relevantes, e sem cair nos mesmos erros que seus rivais.

Nesse ponto, Ballmer e sua equipe estão de parabéns.

O Windows Phone é um sistema móvel excelente, muito rápido, leve e intuitivo, e sem se parecer com a proposta dos seus concorrentes. Obviamente, ele peca por não contar com tantos aplicativos, mas ainda acredito que isso é uma questão de tempo, e um problema pontual. O Windows Phone 8 é considerada a primeira versão “completa” do sistema, que permite uma comparação mais completa com os demais sistemas. O que o torna muito promissor para o futuro.

Já a tática do Surface foi mais bem pensada. Não é pelo fato de simplesmente oferecer um tablet ao mercado, pois quase todo mundo já fez isso. Mas sim, oferecer um tablet com um sistema operacional completo, e não um sistema móvel, com recursos limitados. De quebra, eles estão oferecendo a possibilidade de você ter no tablet um sistema que foi pensado desde o começo para os tablets, e que vai funcionar exatamente da mesma forma que vai funcionar no seu desktop de casa ou no escritório. E isso, nenhum dos seus concorrentes ainda oferece.

Além disso, a Microsoft merece ser parabenizada por criar um ecossistema completo de seus produtos. A usabilidade de um PC, ultrabook, smartphone, notebook, tablet, Xbox 360 e outros produtos que recebem a nova proposta de interface vão funcionar de forma similar, facilitando a vida daqueles que não são íntimos com a tecnologia. Essa é uma grande vantagem que essa nova fase de produtos terá em relação aos demais.

É cedo para dizer que o Windows 8 vai ser um grande sucesso, colocando a Microsoft novamente no mapa de inovação tecnológica. Mas pelo risco que a empresa está tomando, e por claramente tentar apresentar algo novo para um mercado onde a maioria diz que “não dá para inventar mais nada”, ela merece ser parabenizada sim. Ao menos eles estão tentando inovar. Outras empresas, ao que tudo indica, se acomodaram nesse aspecto.


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