Prepara o bolso, pois vai ficar mais caro. Ou melhor: ainda mais caro do que já está.
Todo mundo sabe que os smartphones estão ficando cada vez mais caros nos últimos anos. Isso se explica pelos avanços tecnológicos e uso dos componentes premium nos telefones top de linha, em uma regra indigesta para o consumidor.
Mas o que é especulado para acontecer em 2025 é algo sem precedentes. E o principal culpado pelo obsceno aumento de preços nos smartphones é o novo processador da Qualcomm, o Snapdragon 8 Gen 4, que será utilizado nos modelos premium da próxima geração.
Snapdragon 8 Gen 4, o “grande vilão”
O novo processador premium da Qualcomm tem previsão de lançamento para o final de 2024 e começo de 2025, e estará disponível nos sucessores dos smartphones mais caros e potentes que estão no mercado neste momento.
O desempenho máximo vai cobrar um preço alto dos fabricantes de smartphones, e ainda mais alto dos usuários. O motivo para isso é o uso de um nó avançado de 3 nanômetros na construção do processador, e é isso o que está elevando de forma assustadora o custo de produção dos chips.
O impacto no preço final dos dispositivos será inevitável, e já tem especialistas de mercado preocupados com isso. Informações do portal chinês Weibo sugerem que o aumento de preços pode chegar a 500 yuanes, ou aproximadamente 60 euros.
No entanto, em outros mercados como Europa e Brasil, os custos de importação e outros fatores podem elevar o aumento para até 100 euros ou mais. E essa diferença de valor em nossa realidade representa um aumento de preços de, no mínimo, 1.000 reais.
A expectativa é que os efeitos desse aumento comecem a ser percebidos no final de 2024 e início de 2025, com os primeiros modelos equipados com o Snapdragon 8 Gen 4 chegando ao mercado.
Modelos que vão receber o Snapdragon 8 Gen 4
É correto dizer que futuros modelos que sucedem os atuais telefones top de linha vão receber o Snapdragon 8 Gen 4. Pelo menos em teoria, pois os fabricantes podem mudar de ideia se os valores para o consumidor final se tornarem impraticáveis.
Neste sentido, dispositivos como o Samsung Galaxy S25 Ultra, Xiaomi 15, OnePlus 13 e OPPO Find X8 Pro muito provavelmente vão receber o novo (e caro) processador da Qualcomm. E dependendo do preço estimado, isso pode causar um enorme contraste com aspectos que as marcas defendem como bandeira.
Por exemplo, a Xiaomi, que sempre se destacou pela melhor relação custo-benefício, pode entregar um telefone obscenamente caro para os seus clientes.
Por outro lado, a marca principal (Xiaomi) deixou de ser sinônimo de qualidade pelo menor preço, entregando telefones top de linha com preços elevados.
Hoje, se você busca a melhor relação custo-benefício na Xiaomi, precisa procurar por telefones da POCO, que são praticamente imbatíveis neste aspecto.
O que as marcas vão fazer?
Para mitigar o aumento de preços, as marcas podem optar por cortar custos em outros aspectos dos dispositivos, deixando os telefones menos premium para quem deseja ficar com o desempenho máximo.
Uma das estratégias pode ser a utilização de materiais menos caros na construção dos smartphones, como a substituição de acabamentos em titânio ou couro vegano por opções mais acessíveis.
O problema aqui é que os preços podem até permanecerem estáveis, mas a percepção do consumidor pode ser a do “estou pagando a mesma coisa para receber menos”, já que a qualidade de construção é um dos argumentos que justificam o investimento em smartphones top de linha.
Outra saída para os fabricantes (e considero essa solução a menos provável) é subsidiar o valor final do produto pensando na aceitação do grande público. Mas… pago para ver (ou não) que alguma marca vai optar por perder dinheiro apenas para manter o volume de vendas.
Para quem está em dúvida se vale a pena comprar um novo smartphone agora ou esperar até 2025 para ver o que vai acontecer, o recado está dado: a tendência é que os modelos futuros sejam significativamente mais caros, o que também pode encarecer os dispositivos de 2024 pelo aumento da procura por parte dos consumidores.
Todo mundo quer ter a melhor relação custo-benefício possível, recebendo o máximo pelo menor preço a ser pago. Mas parece que a Qualcomm se esqueceu de conversar com a gente, e acredita que o consumidor vai pagar o que for pelo máximo desempenho de um novo processador.
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