Você já pesquisou algum produto no Google e, logo depois, recebeu um monte de publicidade sobre esse mesmo produto? Pois é, isso acontece porque tudo o que fazemos no smartphone é gravado e enviado para sistemas que percebem qual deve ser a publicidade que deve ser apresentada para nós.
Mas… será que isso viola a nossa publicidade? E seu nossos dispositivos gravam nossas conversas? E se nossa interação dentro dos apps é enviada para empresas ou pessoas singulares?
Alguns investigadores testaram mais de 17 mil aplicativos da Google Play, com o objetivo de descobrir se alguns deles utilizavam o microfone do smartphone para gravar alguma coisa.
Mais da metade dos apps pediam permissão para acessar o microfone e/ou a câmera do smartphone, permitindo assim a gravação de áudio/vídeo de qualquer conversa.
Todo o tráfego foi analisado, e a conclusão é que nenhum arquivo de áudio foi enviado para terceiros. porém, os cientistas afirmam que o estudo possui limitações, e afirmar que tais aplicativos jamais escutam os usuários não é uma verdade absoluta.
Até porque um programa utilizou os aplicativos, e o comportamento dos apps pode ser outro nas mãos de um humano. Sem falar que o sistema pode não ter assinalado envio de dados por conta de bugs.
Por outro lado, vários aplicativos gravaram vídeos e tiraram screenshots da tela do smartphone durante o seu uso, e esse material foi enviado para terceiros em um momento posterior.
Um dos aplicativos, o GoPuff, gravou um vídeo da tela do aplicativo, enviando o arquivo para uma empresa de análise de dados, a Appsee. O aplicativo também gravou e enviou o vídeo em uma tela que pedia o código postal do cliente, algo que não aparece na política de privacidade da empresa.
A GoPuff, quando procurada e questionada sobre o assunto, rapidamente atualizou a sua política, adicionando a frase: “Informações de identificação pessoal do usuário podem ser coletadas.”
Em resumo: na tentativa de derrubar o mito da gravação de conversas telefônicas ou de alguns aplicativos, o projeto alertou para algo potencialmente mais grave.
Os nossos dados são enviados para terceiros, e sem a nossa prévia autorização. Fato!
Via The Verge