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Especial | E os tablets “Made in China”? Como estão? Testamos dois deles. Veja o resultado!

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No meio do mês de agosto de 2012, eu estive em São Paulo (SP) para fazer mais uma cobertura da Photoimage Brazil/BCEE – Brazil Consumer Electronics Expo. Depois de tirar fotos de várias câmeras, ir a muitas coletivas de imprensa, e trabalhar em cima dos lançamentos anunciados pelos fabricantes, dediquei o meu último dia no evento para uma nova “tradição”: ir atras dos gadgets chineses. Afinal, nem eles querem voltar para casa com alguns produtos.

Apesar de achar a feira desse ano mais esvaziada, o saldo até que foi positivo. Além de adquirir alguns acessórios para meus smartphones (cases com bateria, carregadores e outros cacarecos), adquirir por conta e risco dois tablets “Made in China”, com o objetivo de realizar um experimento científico (como se eu fosse cientista de alguma coisa).

Meu objetivo era saber a quantas andam a qualidade da nova leva dos tablets Android “alternativos”, ou seja, que não pertencem a um grande fabricante de tecnologia, ou de um fabricante completamente desconhecido. Será que eles estão muito abaixo dos tablets Android mais populares? Será que os tablets “xing-ling” continuam aquela porcaria que nem para jogar Angry Birds serve? Ou eles já podem ser opções aceitáveis para usuários menos exigentes. É o que vamos descobrir nesse post especial.

Os critérios

Antes de qualquer coisa, quero ilustrar quais foram os meus critérios de escolha para os produtos. Escolhi um tablet que, em um teste rápido, tivesse uma boa performance na execução de vídeos, transição de tela de aplicativos e ícones de usuário, e um toque na tela com uma resposta precisa e rápida. Um tablet com uma performance minimamente aceitável para uma boa navegação na web, visualização de vídeos, execução de jogos e outras atividades básicas (leitura de e-mails, eReaders, calendário, notas, etc). Dentro desse perfil, encontrei dois modelos, que custaram entre R$ 200 e R$ 300 (no último dia da BCEE, os chineses liquidam os estoques mesmo), só que nenhum produto possui garantia. Você precisa comprar às cegas. Se der problema, você não tem para quem recorrer.

Qualidade de material

O material dos dois modelos adquiridos é de boa qualidade. Mas, veja bem, boa qualidade não quer dizer excelente. Considero como bom porque não vi nenhum pedaço de tablet se soltando, ou partes mal acabadas. O da esquerda (que lembra o Multilaser Diamond no seu acabamento) tem um bom plástico rígido na cor preta, enquanto que o da direita, em tom dourado, possui um acabamento metálico, que aparenta uma maior resistência ao produto. Na verdade, gostei da qualidade final dos dois em termos de durabilidade, e se levarmos em conta que são produtos “Made in China”, eles não devem muito aos modelos nacionais.

Espessura

O tablet dourado (desculpe, pessoal, são tablets “sem nome”, logo, vai ser essa a forma de diferenciar os dois” é mais fino que o preto, e mais agradável de se segurar com uma das mãos. O tablet preto é mais próximo do perfil nacional de produtos, com dimensões mais próximas aos modelos existentes no Brasil. A diferença de espessura pode ser justificada (apesar de não entender isso como um motivo primordial para isso acontecer) pelo fato do modelo em preto contar com uma saída microHDMI, permitindo assim que você reproduza vídeos, fotos, jogos e todo o conteúdo do dispositivo na sua TV ou monitor com dimensões maiores.

Aqui, temos as distribuições de conectores, botões de liga/desliga e fones de ouvido. Observei que no tablet dourado, os parafusos parecem ser um pouco maiores do que o recomendado para o produto final, o que na minha opinião é um problema de acabamento do projeto, deixando um pouco a desejar. Por outro lado, no geral, tudo o que você vê aí na foto em termos de conectores funciona sem problemas, exceto o conector microUSB do tablet preto, que não funcionou sob nenhuma circunstância, impedindo que eu recarregasse a bateria do dispositivo pelo cabo USB, ou que inserisse conteúdos do computador diretamente no tablet, como fotos e aplicativos de terceiros. Mas, como disse lá em cima, era um investimento “de risco”. Já sabia que algo poderia dar problemas.

Aqui,um pouco mais de detalhes dos produtos. Decidi comprar tablets bem simples. Tanto, que nenhum dos modelos possui uma câmera traseira (sou um daqueles que acha desnecessário ter uma câmera traseira em um tablet), e não foi pela questão de custos. Queria mesmo saber se mesmo nos produtos que eles consideram “furreca”, a qualidade pode ser algo minimamente razoável.

De novo chamo a atenção para a baixa espessura para esse produto. Tem tablet nacional que precisa aprender com o exemplo dos chineses (nesse aspecto).

Desempenho e funcionalidades

Agora, vamos ao que interessa! Quando você compra um produto de tecnologia, mesmo que seja um “xing-ling”, o que mais você espera dele é que ele funcione, certo? Ok… os tablets chineses da Brazil Consumer Electronics Expo funcionam! E bem! Para minha surpresa. Digo isso porque quando você testa um produto de forma rápida, como foi feito com esses dois tablets, você sempre está sujeito a passar por problemas no pós compra, e nesse caso em especial, a garantia é zero. Não que eu estivesse muito preocupado com isso, pois sabia do destino que esses produtos teriam, mas é bom saber que, no final, os resultados são positivos.

Os dois modelos possuem especificações básicas semelhantes. Nos dois modelos, o sistema operacional instalado era o Android 4.0.4 (Ice Cream Sandwich) em seu estado “puro”. Posso dizer o “puro” “entre aspas” porque o nível de personalização de suas interfaces era realmente muito baixo (menos de 5%), com modificações apenas no tamanho dos ícones da tela de aplicativos em um deles, e poucas modificações de interface no segundo modelo. Ou seja, um tablet Android de verdade nesse aspecto. Sem frescuras.

Ah, pra não dizer que os tablets não tinham nenhuma câmera: os dois modelos contavam com uma câmera frontal, que era até bem razoável para os testes via Skype.

Um botão central quadrado, e na lateral do produto. Entenderam? Quadrado! Até os chineses pensaram em um botão de home QUADRADO!

Aqui, a tela de algumas das especificações técncias de um dos modelos, comprovando a presença do Android 4.0.4. E funcionando bem. Aí eu pergunto: o que impede que alguns fabricantes nacionais façam o mesmo com os seus produtos? Qual seria a grande dificuldade de combinar um software atualizado e uma boa performance? Fica a questão.

Aqui está uma das poucas personalizações que encontrei em um dos produtos adquiridos. Na maioria dos tablets que testei, os ícones de aplicativos não são de dimensões tão generosas. Não estou criticando isso, pelo contrário. Tal característica pode até beneficiar aqueles que possuem dificuldades em ver pequenas informações na tela. Mas fica claro que, aqui, o sistema foi modificado. E esse é o tipo de modificação que não afeta nem um pouco o desempenho do sistema.

A qualidade de exibição da tela é boa, mas não é melhor do que a dos tablets nacionais. É possível perceber as fontes serrilhadas, sem um contorno muito bem definido. É claro que eles não são exibidos como um videogame de 8-bits, mas quando vemos bem de perto, é possível ver tais deformações. Mas são bem pequenas. Aqui, é uma opinião que, para os menos exigentes, pode ser perfeitamente desconsiderada.

Os elementos mais básicos do Android 4.0 estão presentes, tais como papéis de parede e atalhos de comandos do sistema operacional. Em um dos modelos eu tive que instalar a Busca por Voz através do Google Play. Que por sua vez (e de forma surpreendente), estava disponível de forma nativa nos dois tablets. No passado, isso não acontecia com facilidade. Me lembro do Coby Kyros que cheguei a testar em 2010 (que por sinal, era horrível), que foi um parto para instalar a Android Market (na época).

Um ponto muito positivo em um dos tablets (o preto) é a presença da porta miniHDMI. Ela funcionou perfeitamente nos testes, exibindo em 720p os elementos exibidos na tela do Android. Uma bela mão na roda para funções específicas, principalmente na hora de reproduzir o próprio Android na TV. E alguns modelos nacionais, que custam o dobro, simplesmente não incluem esse recurso nesse tipo de produto.

De um modo geral, ss aplicativos instalados funcionaram bem no dispositivo. Houveram algumas exceções, e falo delas daqui a pouco. Os dois modelos contavam com processadores de 1.2 GHz. Segundo os vendedores, eram chips dual-core, o que dá até para acreditar, pois o desempenho dos tablets foi muito fluído durante os testes, sem travamentos. Mas, pelo sim, pelo não, vamos considerar que os processadores presentes eram do tipo single-core. Além disso, o hardware do produto se completava com uma capacidade de armazenamento interno de 4 GB, e 768 MB de RAM, o que não influenciou em nada no desempenho. Ambos tiveram uma performance em jogos, vídeos e navegação na internet com excelentes resultados.

Encontrei algumas restrições técnicas no tablet dourado. Por exemplo, o Cute The Rope apresentou leves engasgos em sua execução, o aplicativo oficial do Facebook foi executado com muita lentidão, comprometendo o desempenho de boa parte do tablet, e o Tweetdeck, meu aplicativo preferido para contas do Twitter e Facebook no Android, simplesmente não funcionou. Ou seja, até mesmo os chineses possuem os seus problemas, e não são 100% confiáveis.

Por fim, o que posso dizer é que os tablets “xing-ling” ou “Made in China” melhoraram muito. São produtos muito mais aceitáveis do que a primeira leva desses produtos que desembarcaram no Brasil em 2010, e acredito que, para quem não quer exigir muito desse tipo de dispositivo, e só quer um tablet “para chamar de seu”, ou para jogar Angry Birds no final de semana, pode ser uma opção a ser considerável, principalmente pela relação custo/benefício. Alguns modelos nacionais não apresentam a fluidez de tela que esses modelos apresentaram, ou a performance na execução de aplicativos, o que pode até significar um sinal de alerta para uma concorrência que está cada vez em nosso mercado.

Para o consumidor, ainda vale as recomendações básicas:

1) Pesquise. Muito. Gaste um bom tempo na internet estudando sobre o produto que você vai comprar. De um grande fabricante ou de um chinês na Santa Ifigênia.
2) Nunca compre na primeira loja. Vale a pena uma pesquisa de preços prévia antes de começar a pagar pelo produto.
3) Quando puder, faça um teste no produto, na loja. Veja se o mesmo é do seu agrado. Gosto é muito relativo, e algo que não me agrada pode te satisfazer na experiência de uso.
4) Busque sempre algum tipo de garantia no produto que você está comprando. Hoje em dia, mesmo os vendedores da Sta. Ifigênia está dando três meses de garantia, em caso de defeitos de fabricação.
5) Faça a compra com alegria no coração e sem peso na consciência. Comprar uma nova tecnologia deve ser uma experiência prazerosa. Desfrute disso.

Abaixo, um vídeo comparativo dos dois produtos.


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