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[Editorial] A lenta morte dos dispositivos de armazenamento externo

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No começo deste ano de 2012, abri mão da Campus Party Brasil 2012 para “me dar de presente” um ultrabook, que se tornou muito útil durante as viagens e coberturas de eventos de imprensa dos blogs. O modelo que escolho (Toshiba Portege Z835) possui pelo menos três portas USB (uma delas é uma porta USB 3.0), WiFi, Bluetooth, 6 GB de RAM, alguns GBs de armazenamento, e tudo o que um bom portátil pensado no trabalho pode me oferecer. Nem sinto falta do gravador de DVD, pois nos últimos 18 meses, pouco tenho utilizado esse tipo de mídia no meu trabalho.

Hoje, eu vivo de escrever nos blogs. Literalmente. Para mim, o que eu queria encontrar em um equipamento como um ultrabook era um bom desempenho, um teclado confortável e uma tela com tamanho razoável para visualizar as informações na tela com maior clareza, e encontrei tudo isso nesse modelo. É claro que já começo a pensar em um modelo com uma capacidade maior de armazenamento de dados, mas por enquanto estou satisfeito com ele. Alguns me perguntam: “ah, mas se você está viajando e quer ver um filme no computador”. Eu respondo: “dou graças ao bom Deus pelo YouTube e Netflix existir, pois dessa forma, não preciso ficar me preocupando com CDs e DVDs”.

Não me lembro quantas vezes eu utilizei a unidade de DVD do meu outro notebook (o convencional, o que uso para editar os vídeos do blog). Mesmo. É algo que se tornou totalmente obsoleto no meu dia a dia. E, mesmo no caso de buscar arquivos do passado, ou “do tempo do onça”, não recorro aos velhos backups que fiz em 2008 ou 2009, que foram os meus primeiros anos como blogueiro. Por que? Não me perguntem. Nem eu entendo direito.

O mesmo exemplo está acontecendo com os meus discos rígidos externos. Tenho quatro unidades portáteis aqui em casa, com tamanhos que variam entre 160 GB e 500 GB, todas com finalidades específicas. Eu acreditava que elas seriam mais úteis no meu trabalho ou nas minhas atividades pessoais, mas no final das contas, elas se tornaram apenas o local onde vou salvar as séries e filmes que procuro na internet, e nada mais. No começo, até me animava levar esses HDs externos na mochila nas viagens de cobertura de eventos. Afinal de contas, vai que eu preciso daquele software que é impossível de fazer o download no local, naquele momento. Com o passar do tempo, você percebe que você sempre precisa daqueles mesmos programas para trabalhar: editor de texto, editor de blogs, editor de imagens, publicador, etc. Ou seja, a caixinha que armazena os seus instaladores se torna apenas um peso a mais para você levar nas costas.

Outro detalhe a ser observado: o mundo está na nuvem. Com recursos como o Google Drive e o Dropbox, você pode manter os seus arquivos online para serem acessados, na pior das hipóteses, pelo seu smartphone. Em qualquer lugar que você estiver do mundo, você pode ter um acesso à internet minimamente razoável (bom, quero dizer, isso também vai depender da sua operadora de telefonia móvel, claro). Muita gente optou por pagar por essas soluções porque são tão eficientes quanto HDs externos, mas com maior praticidade e preço muito menor. Tudo bem, tem aqueles que ainda não confiam no armazenamento em nuvem por completo. Para eles, um backup “físico” ainda é necessário. Mas, convenhamos, você não vai fazer isso em DVDs que podem se perder ao longo dos anos, certo?

Em um mundo onde as conexões de internet estão cada vez mais rápidas (na teoria; no Brasil, isso ainda demora um pouco, você sabe…), mesmo que ainda falta muito para que a velocidade seja a ideal como gostaríamos que fosse, armazenar um arquivo de 200 MB na rede, ou fazer o download desse mesmo arquivo, ou até reproduzir um vídeo por streaming se tornou algo relativamente simples. Antigamente, se você queria transportar um vídeo de um lugar para outro, ou até mesmo um arquivo que era grande demais para caber em um pendrive, você tinha que gravar esse arquivo em um CD ou DVD e entregar o material para seu amigo, para que aí sim ele pudesse utilizá-lo. Hoje, você pode fazer o upload desse arquivo em poucos minutos, e fazer o download desse mesmo arquivo em segundos.

O que falta ainda é a maioria das pessoas que não estão familiarizadas com tal tecnologia. Falta para os meus pais, que mal aprenderam a usar o Facebook, e ainda não conseguem buscar uma informação no Google com eficiência, entenderem que não é uma loucura enviar alguns arquivos para uma área comum na internet, para que outros possam fazer o download (como, por exemplo, as fotos das férias deles). Para eles, ainda é muito mais simples (ainda) perder um CD ou DVD, ou em alguns casos, gravar tudo em um pendrive para fazer o transporte desses arquivos. Mas, como tempo, como acontece com tudo nessa vida, a “nuvem” começará a ser utilizada como único meio de transmissão de arquivos.

Está claro que falo aqui no caso de dados de usuários domésticos. Os grandes servidores que prestam serviços online seguirão necessitando de áreas específicas para suas cópias de segurança, mesmo que, inclusive, isso seja apenas para os mais importantes dados dos seus servidores. Uma pequena empresa, tranquilamente, poderá fazer os seus backups em um servidor externo, como o Google ou o Dropbox.

Todavia, ainda falta para os usuários as velocidades de conexões mais velozes para que a “nuvem” seja predominante. Se temos um arquivo de 2 GB de dados (como a trilogia de filmes “O Poderoso Chefão”, por exemplo), fazer um download desses arquivos deveria levar vários minutos em um cenário ideal, e não várias horas, como acontece hoje. Seja como for, para pequenos arquivos, eu já deixei de utilizar o pendrive a algum tempo para armazená-los. Se eu vivesse na Suécia ou em Kansas (EUA), onde o projeto Google Fiber faz a alegria dos moradores da cidade, já estaria fazendo uma fogueira de todos os meus dispositivos externos de uma vez por todas.


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