A troca das cabines telefônicas de Londres por módulos WiFi já começou com o pé esquerdo. Os defensores da privacidade alertam sobre a forma como essas cabines tratam os dados dos usuários.
Os termos de uso e política de privacidade das cabines resulta na permissão da empresa responsável para obter seus dados pessoais, permitindo o compartilhamento desses dados para outras empresas.
A rede WiFi é de responsabilidade da empresa britânica BT, em parceria com a empresa publicitária Primesight & Intersection, especializada em cidades conectadas, que possui como um dos investidores a Sidewalk Labs, uma das subsidiárias do Alphabet.
Quando você se conecta, a cabine obtém o endereço MAC do dispositivo, podendo assim seguir seus movimentos e coletando os seus dados, que poderão ser cruzados com outros para identificar melhor cada usuário.
Tantas informações ocultas nos termos de privacidade tornam o serviço altamente invasivo, mas a maioria das pessoas simplesmente não lê os termos, e aceita qualquer coisa para ter internet de graça.
E, no futuro, os dados coletados podem ainda ser maiores, pois câmeras podem monitorar as atividades das cabine e os próprios postos são sistemas modulares que podem receber novos sensores.
Outras cidades como Nova York também implementaram postos similares, e gigantes da tecnologia desenvolvem estruturas parecidas que já geram críticas pelas supostas intenções ocultas dessas empresas.
A solução para esse problema seria impedir que as multinacionais controlem os serviços, além da criação de um conjunto de normas que regulem como e para que esses dados são coletados e utilizados.
Seja como for, mais cidades estão entrando na era das Smart Cities, e não há muito debate sobre como tratar os dados que serão coletados. Esse é um problema que mais cedo ou mais tarde deverá ser discutido com tal modernização das cidades, mas a maioria nem presta a devida atenção nisso.
Via Wired