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A pirataria digital não pode ser detida

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Do início do IRC até a criação do The Pirate Bay, a dita “pirataria digital” cresceu de forma exponencial, saindo de uma condição da comunidade underground de usuários de computador para ocupar o mainstream, impactando diversas indústrias de vários segmentos da tecnologia de consumo e, principalmente, do entretenimento. Se tornou comum para os usuários compartilhar músicas e vídeos com outros usuários que, na maioria dos casos, ele nem conhece, saindo de uma simples sala de bate-papo anônima, e ocupando sites bem estruturados, com links para download em servidores públicos de compartilhamento.

Entretanto, com o crescimento de sites de streaming de vídeos como o YouTube, está se tornando cada vez mais fácil ver o seu vídeo preferido ou ouvir a sua música de forma legal, com os devidos direitos de execução pagos, e o que é melhor, de graça. Mesmo assim, a batalha é dura e desleal. Enquanto o Google faz o possível para remover do seu mecanismo de buscas aqueles resultados que podem indicar sites ou serviços de compartilhamento ilegal, ao longo dos anos os usuários mais experientes desenvolveram diversas técnicas que “burlam” os sites de busca e as grandes corporações do mundo do entretenimento, mantendo esse material online para milhões de pessoas, indicando que, quanto mais se escava, mais no topo do iceberg as empresas estão.

A cada dia que passa, mais e mais pessoas estão buscando ferramentas e sites para compartilhamento peer-to-peer, utilizando o protocolo BitTorrent. O site mais popular a utilizar esta tecnologia (como você bem sabe) é o The Pirate Bay, mas existem muitos outros pela internet tão competentes quanto. É só uma questão de tempo e paciência por parte do internauta para encontrar sites que oferecem milhões de músicas, filmes, jogos e softwares pagos, a um simples clique do mouse de distância.

Durante anos, o governo dos Estados Unidos tentou (e ainda tenta) remover sites piratas do ar, mas eles mesmos descobriram que não é tão simples desativar tais serviços, principalmente pelo fato que estes mesmos serviços estão sempre um passo a frente das autoridades. É o efeito “monstro de sete cabeças”, onde você corta uma e nascem outras dez. Um exemplo claro é o Megaupload, que foi desativado, mas isso não impediu que os serviços existentes melhorassem, e outros tão bons quanto emergissem, graças ao empenho dos internautas em testar as novas plataformas de compartilhamento.

O jornalista Nick Bilton, do The New York Times, declarou em uma de suas colunas no jornal uma visão interessante do assunto: “parar a pirataria online é como brincar com a maior máquina de ‘acerte a mula’ do mundo (jogo comum nos parques de diversões e shoppings, onde o usuário fica com um martelo tentando acertar as mulas que saem do buraco). Uma hora o jogo eventualmente acaba, e normalmente, quem tenta acertar todas as mulas de uma vez, perde. Nesse caso, cedo ou tarde, as pessoas que ainda acreditam que eles podem acertar todas as mulas de uma vez vão entender que essa é uma grande perda de tempo. Tempo esse que pode ser gasto jogando um jogo totalmente diferente“.

De novo: o problema não está no compartilhamento do material. O problema não está no caráter das pessoas. A fonte do problema é o que a mídia de entretenimento ainda faz com o consumidor, de um modo geral. O formato de comercialização de conteúdos em mídias físicas é algo que vai se tornar cada vez menos lucrativo, principalmente pelo fato que as pessoas cada vez mais estão aderindo ao formato on demand de consumo de entretenimento. Acredito que o Blu-ray vai ser mesmo o último grande formato de mídia física que o mercado vai conhecer. Depois disso, todo mundo vai se voltar para a internet, que é um formato mais barato, igualmente legal, e mais vantajoso para o usuário.

A indústria de videogames já sacou isso a algum tempo. Comercializam jogos via download  em suas principais plataformas, e são hoje mais lucrativas que a indústria do cinema ou da música. O exemplo está aí. O mercado dos games, que era uma das principais vítimas da pirataria, teve suas perdas drasticamente reduzidas com uma solução que aproveita a melhoria das conexões de internet, a qualidade de oferecer um produto original e sem restrições, e tudo isso, mais barato que um jogo vendido em DVD. Fica a dica para os demais segmentos.

Afinal de contas, não dá para jogar apenas nas costas de quem “pratica a pirataria”. A tecnologia está aí. É só as grandes corporações utilizarem essa mesma tecnologia com sabedoria e criatividade.


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