Rumores indicam que a Xiaomi considera deixar o mercado brasileiro nos próximos meses. O motivo? Vendas baixas e interrupção da produção de smartphones no país.
A estratégia de vendas diretas pela internet é vista com desconfiança pelo consumidor brasileiro, e a estigma da fabricante ser chinesa e do aparelho ser muito barato atrapalham ainda mais nas vendas. Sem falar que o pagamento é limitado ao cartão de crédito, sem a opção do boleto bancário.
No Brasil, as vendas online enfrentaram problemas: erros no site e instabilidades prejudicaram o processo. Com o tempo, a Xiaomi fechou parcerias com a Vivo e a B2W, além de montar postos de venda no varejo e investimentos em propagandas fora das redes sociais. Nada disso adiantou, e a consequência disso é que a fábrica da Foxconn em Jundiaí (SP) não produz mais aparelhos da Xiaomi, que por sua vez conta com estoques lotados e funcionários buscando outras vagas no mercado.
Por fim, importar não é uma opção, pois os valores dos produtos sofreriam um reajuste considerável de preço.
Para piorar, a Xiaomi perdeu o direito de vender a Mi Power Bank no Brasil, pois o produto teve sua homologação suspensa pela Anatel, por conta de vazamentos e explosões em testes internos. Sem falar no processo que a empresa enfrenta na Receita Federal por classificar incorretamente a bateria no processo de importação. A irregularidade não pode ser confirmada por conta de sigilo no processo.
A Xiaomi não tem previsão de retomar a sua produção local em um futuro próximo. Tantos problemas podem ter desestimulado a fabricante e seus consumidores. A decisão de permanência ou saída da marca no Brasil estaria bem próxima de ser tomada, e em caso de saída teremos mais uma empresa estrangeira que não se adaptou ao nosso complexo mercado.
De forma oficial, a Xiaomi nega a saída do Brasil. Em nota, a empresa alega que “está expandindo os canais de venda dos produtos, com parcerias com Walmart, CNOVA e Webfones”. O próximo produto não seria produzido no Brasil porque “os incentivos fiscais oferecidos no paós para a produção local ainda estão em discussão”.