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Xiaomi, o desgaste da eterna promessa

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É com pesar que escrevo isso, mas… a Xiaomi jamais saiu do status de eterna promessa no mundo mobile.

A empresa tinha tudo para ser uma força dominante com a sua proposta de oferecer dispositivos com ótima relação custo-benefício. Porém, o seu modelo de negócio se mostrou com o passar do tempo ineficiente para competir com os grandes protagonistas do setor.

Mais do que isso: as decisões posteriores mostram claramente que a Xiaomi está meio perdida e sem foco.

Vejamos.

 

O líder que nunca deu o passo adiante

 

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A Xiaomi chegou a ser uma das maiores vendedoras de smartphones do planeta, superando de forma impressionante a marca de 100 milhões de unidades vendidas em um único ano.

Levando em conta o seu tamanho diminuto e sua limitada distribuição, podíamos chamar a Xiaomi de fenômeno. Logo, o próximo (e natural) passo era a expansão internacional, certo?

Pois é, não podemos dizer que a Xiaomi não tentou. Até no Brasil ela desembarcou, com disputada festa de lançamento. Mas a verdade é uma só: a empresa foi bem tímida na hora de buscar novas fronteiras.

Talvez o maior entrave global da Xiaomi estava nos Estados Unidos, pois eles sabiam que assim que eles colocassem o pé naquele mercado, a batalha das patentes iria começar.

A empresa tem vários itens em seus produtos cuja patente nos Estados Unidos é protegida. Ou seja, eles teriam que pagar para os seus proprietários originais para que os dispositivos chegassem ao mercado sem maiores entraves.

Isso iria encarecer o valor dos produtos, tornando o seu negócio bem complicado, para não dizer inviável. E esse cenário era semelhante em vários mercados considerados essenciais, onde a Xiaomi pouco ou nada se atreveu a participar.

Sem falar no modelo de venda da empresa, que para o seu porte era algo complicado.

No Brasil, eles tiveram que rever isso. Para se tornar rentável, fecharam parcerias com e-commerces e lojas físicas que começaram a oferecer seus produtos.

Isso ajudaria na expansão da marca no país, mas reduziria os lucros. Mais um fator que ajudou na posterior saída da Xiaomi do Brasil.

 

Eterno perseguidor dos seus concorrentes

 

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A Xiaomi chegou ao top 5, mas sempre perseguiu concorrentes de continente de peso, como a Huawei.

Mas agora a situação é pior. Nem na China, mercado prioritário, a empresa consegue ser líder, ficando atrás da já citada Huawei, da Oppo e da Vivo. Até a Apple vende mais que a Xiaomi hoje no país asiático.

Isso mostra como a empresa perdeu o bonde do tempo. Não olhou para os lados, e não ousou quando precisava. Aqui, não era só uma questão de expansão internacional, mas também de foco naquilo que estava funcionando muito bem dentro de seu próprio país.

Em termos globais, o item anterior explica melhor o cenário atual. A Xiaomi perdeu seu protagonismo, que convenhamos, durou 15 minutos. Outras empresas assumiram para si o papel de serem forças asiáticas e globais, porque investiram mais na dita expansão internacional.

E, mesmo no mercado doméstico, Oppo e Vivo se mostraram muito competentes e eficientes na apresentação de produtos igualmente interessantes na relação custo-benefício.

Aí, realmente, fica difícil.

 

Um catálogo confuso

 

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São tantos modelos dentro de apenas duas linhas de smartphones (Mi e Redmi), que o consumidor fica confuso mesmo. Até parece que a Xiaomi está querendo ser a Samsung…

O problema não é oferecer vários produtos, mas sim não deixá-los identificáveis ao consumidor. Ou você consegue me dizer de cabeça quais são as diferenças entre os modelos Mi 4i, Mi 4c e Mi 4s?

Pois é! Nem eu!

Se era uma empresa que se limitava na expansão e tinha uma produção muito menor que as demais, por que complicar a vida do consumidor com tantos modelos?

 

Uma corrida contra a irrelevância

De novo: é uma pena.

Pouco falamos da Xiaomi porque ela se tornou irrelevante. Muita gente gosta da marca, espera por seus produtos e novidades… mas não tem o mesmo peso que a Huawei, por exemplo.

Ainda há tempo da empresa voltar a ser o que era, e buscar o protagonismo que merece. Uma mudança de filosofia e até uma volta às origens pode resolver o problema.

Mas competir em um mercado tão complexo como é o de smartphones requer algo mais do que simplesmente ser descolada e economicamente interessante.

Quem sabe se a Xiaomi parar de fabricar câmeras, bicicletas e panelas elétricas…


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