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Windows RT ocupa metade do espaço do Surface de 32 GB. Mesmo assim, é um sucesso de vendas

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As pessoas se animaram com o lançamento do Microsoft Surface, a ponto de esgotar completamente o estoque inicial da pré-venda online nos Estados Unidos. Porém, parece que a empresa de Steve Ballmer preparou um pouco de “água no chope” de muita gente, ao criar um pequeno “efeito Denorex” na versão de 32 GB do seu tablet. Ah, o Denorex? Porque “só parece” que ele conta com 32 GB de armazenamento, mas na verdade, ele oferece ao usuário apenas 16 GB para fotos, músicas, vídeos e outros tipos de arquivos que não são do sistema.

Na verdade, todos os modelos oferecidos do Surface (32 e 64 GB) não contam com sua capacidade total disponível para armazenamento de usuário. A novidade (que não deve agradar a muita gente) foi descoberta através do FAQ do Microsoft Surface, que descreve a quantidade de espaço disponível para os dados do usuário em cada um dos dispositivos.

E lá, foi descoberto que dos 32 GB oferecidos pelo Surface em um dos seus modelos, 16 GB são utilizados e distribuídos por arquivos da própria Microsoft, como arquivos de sistema, Microsoft Office, ferramentas de recuperação de disco e aplicativos pré-instalados, que acompanham o produto. Se o usuário optar pela versão de 64 GB, 1/4 dessa capacidade será ocupada por aplicativos da Microsoft, restando assim 46 GB de espaço livre para dados do usuário.

Podemos concluir algumas coisas dessas informações publicadas pelo FAQ do Surface. A primeira delas é que o Windows RT ainda não está totalmente otimizado para a sua principal função, que é ser a versão para tablets do Windows 8. Não é de se estranhar essa característica, uma vez que a Microsoft prometeu o tempo todo que o usuário teria um sistema operacional “completo”, e não uma versão mobile de um sistema operacional. Logo, o seu volume de dados de instalação é naturalmente maior.

Mas o principal problema é que a Microsoft anuncia uma coisa, enquanto que o usuário vai receber outra. Quando eu vejo a Apple ou o Google anunciando que eu vou ter 32 GB de armazenamento em seus tablets, na prática, eu vou ter disponível 32 GB para salvar os meus arquivos e instalar os aplicativos que eu quiser. Tudo bem, há um desconto previamente informado de quantos GB estarão disponíveis para o usuário, ou no caso do iPad, sempre a conta é de, pelo menos, 4 GB a menos, por causa dos arquivos de sistema. Mas, mesmo assim, no caso do Surface, essa diferença é muito grande no modelo de 32 GB.

A Microsoft dá as suas explicações para o ocorrido. Elees pegam como exemplo o Surface de 32 GB, informando que essa capacidade de armazenamento anunciada na caixa é, na verdade, de 29 GB, se contarmos de forma binária. Na verdade, esse é um truque utilizado por todos os fabricantes de tecnologia, e em qualquer produto que você comprar que conte com uma unidade de armazenamento (não importa qual), será a mesma coisa: na embalagem, você terá uma indicação de capacidade, mas na prática, é sempre um pouco menos.

Mas, mesmo assim. Se sobram 29 GB de armazenamento, podemos dizer que 5 GB são consumidos para a recuperação do Windows, e outros 8 GB para a instalação do Windows RT, Microsoft Office e os aplicativos essenciais para o funcionamento do sistema. Pegando como exemplo o próprio iPad, e levando em conta que o sistema de recuperação do tablet da Apple responde pelo nomes de iTunes e iCloud (ou seja, não utiliza espaço de armazenamento do dispositivo), o iPad de 32 GB me entrega como espaço em disco algo em torno de, no mínimo, 25 GB de espaço livre. Se a Microsoft tivesse adotado a solução de restauração na nuvem, seriam, pelo menos, 21 GB livres para você armazenar fotos e músicas.

Vale lembrar que, para minimizar o problema, o usuário pode expandir essa capacidade de armazenamento através de cartões SD ou um disco rígido via USB. A segunda opção só pode ser adotada quando você está trabalhando comodamente em uma mesa, e não para quem está em trânsito, ou segurando o Surface nas mãos. Também existe a opção para armazenamento de conteúdos na nuvem, via Skydrive. Pode ser uma solução mais funcional para alguns casos em específico, e uma forma da própria Microsoft se estabelecer no segmento de armazenamento online. Para quem vai comprar o Surface de 64 GB, não terá muitos problemas com espaço de armazenamento.

Apesar dessa controvérsia, as lojas da Microsoft (e a Microsoft Store, a sua versão online) estão assim: com as prateleiras do Surface vazias. Mesmo sem revelar qual foi o índice de vendas do produto, alguns analistas de mercado norte-americanos falaram para o The Wall Street Journal, sugerindo que a Microsoft obteve êxito nas vendas iniciais do produto.

Phil Winslow, analista da Credit Suisse, comentou que sua empresa de análise financeira visitou várias lojas da Microsoft desde o lançamento do Surface, e os comentários dos funcionárias são de que o fluxo de vendas foi constante e até superior ao esperado nesse momento inicial. Os índices de devolução foram relativamente baixos, e na maioria dos casos foram por causa da falta de compatibilidade do Windows RT com aplicativos que antes funcionavam bem no Windows 7. Esse problema não acontece com o Windows 8 Pro.

Brendan Barnicle, analista da Pacific Crest, afirmou que os funcionários das lojas da Microsoft precisam repor completamente o inventários de tablets das lojas pelo menos uma vez por dia, e isso vem acontecendo desde o seu lançamento.

É bom lembrar que o sucesso do Surface é algo relativo, uma vez que os novos modelos do iPad (iPad Mini e iPad de quarta geração) venderam mais de 3 milhões de unidades combinadas durante o seu final de semana de lançamento. Além disso, como já informamos antes, a Microsoft não revela quais foram as vendas do Surface até agora, o que dificulta uma avaliação mais precisa desse sucesso todo do tablet com Windows RT.

Os analistas acreditam que forma vendidos aproximadamente 4 milhões de unidades do Surface até agora, algo que pode parecer pouco diante dos 14 milhões de iPads vendidos no último trimestre de 2012. Mesmo assim, estamos falando de um tablet que chegou ao mercado no dia 25 de outubro. 4 milhões em apenas 12 dias? De um produto novo, que a maioria não sabia como funciona direito? Nada mal, Microsoft… nada mal mesmo!


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