De acordo com o último relatório 10Q SEC filling apresentado na Comissão de Bolsa de Valores dos Estados Unidos, o Windows Phone está oficialmente morto.
O documento é de envio obrigatório após a publicação de um relatório trimestral de resultados financeiros, revela que no segundo trimestre fiscal (quarto trimestre de 2016), a Microsoft planeja “melhoras significativos na pesquisa, desenvolvimento e comercialização dos produtos atuais, serviços e tecnologias, incluindo o sistema operacional Windows, (…) e Windows Phone”.
Já o relatório do terceiro trimestre fiscal (primeiro trimestre de 2017), o termo Windows Phone simplesmente desapareceu, um claro sinal de como essa plataforma está morta e enterrada para a Microsoft.
Falar agora é fácil, mas esse foi um negócio ruim desde o começo.
A Nokia, em claro descenso, foi vendida para a Microsoft por um preço ridículo. E essa compra não aportou nenhum benefício para nenhum dos lados.
Com a compra, 25 mil novos funcionários foram incorporados pela Microsoft, uma grande carga de trabalho quando a Nokia seguia perdendo cota de mercado, com Android/Samsung e iPhone dominando o setor.
Nesse contexto, os parceiros da Microsoft abandonaram um barco. Uma Nokia by Microsoft assustou os demais fabricantes, que acusaram a gigante de Redmond de criar um entorno fechado, que só beneficiava à Nokia. E ali foi o início do fim.
Apenas um ano depois da compra, 18 mil funcionários da divisão móvel foram demitidos. Satya Nadella chegou e abandonou a estratégia de dispositivos adotada por Ballmer, anunciando que a empresa tomaria “decisões difíceis”em áreas onde não estavam funcionando.
Meses depois, veio o anúncio da reestruturação da divisão de dispositivos móveis, com mais 7.800 funcionários demitidos e perdas de US$ 7.6 bilhões em ativos relacionados com essa compra, e US$ 750 milhões por cargos adicionais dessa reestruturação.
Era de se imaginar o fim.
Primeira, a venda da divisão de telefones básicos para a Foxconn. Depois, mais demissões. A sangria da cota de mercado não era mais estancável, já que o Windows Phone não alcançava nem 1%, enquanto o suporte de apps seguia caindo, inclusive na Microsoft, e as novas versões do Windows 10 Mobile são muito conservadoras, se fazendo presente em poucos dispositivos.
Os lucros no segmento de smartphones foram ridículos para a Microsoft (US$ 5 milhões), e com a saída do Windows Phone do relatório da SEC, temos sinais claros que o Windows Phone/Mobile está oficialmente morto e enterrado.
A decisão não significa que a Microsoft vai abandonar o negócio de mobilidade. A empresa segue fazendo caixa com cada dispositivo Android vendido, e segue lançando apps e serviços para Android e iOS. O Windows 10 via ARM é outro pilar da nova estratégia, mas precisamos ver como será a sua extensão final.
De qualquer forma, a verdade é uma só: RIP Windows Phone/Mobile. Descanse em paz.