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São necessários 2,24 salários mínimos para comprar o Nexus 4 no Brasil. Vale a pena?

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O Nexus 4 chegou ao Brasil na semana passada, e é um lançamento do Google em parceria com a LG. Tem o seu preço sugerido de R$ 1.699 (pode custar um pouco menos, dependendo da forma de pagamento escolhida), e pelo conjunto de especificações de hardware e software, é uma opção que merece ser observada, já que parece ser uma relação custo/benefício vantajosa. Porém, se compararmos o seu preço com aquele adotado pelo Google no resto do planeta… vem a pergunta: vale a pena pagar tudo isso pelo Nexus 4?

O site da EXAME fez um comparativo do menor preço cobrado pelo Nexus 4 em oito países (Estados Unidos, Reino Unido, França, Espanha, Holanda, Austrália, Romênia e Malásia) com o valor cobrado no Brasil, além de traçar um paralelo em cada país entre o valor do smartphone e o do salário mínimo médio em cada país. E os resultados mostram que o Brasil não só tem o iPhone mais caro do mundo, como também tem um dos Nexus 4 mais caros do mundo também.

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O resultado do gráfico é auto explicativo, mas vale a pena ponderar em alguns detalhes.

Pra variar, comprar um produto de tecnologia no Brasil é um péssimo negócio. No caso do Nexus 4 em particular, são necessários 2,24 salários mínimos para comprar o produto. Ou seja, um sonho distante para a maioria. Malásia e Romênia também mostram que o cidadão tem que suar muito para comprar o smartphone. Vale lembrar que nenhum dos três países vendem o Nexus 4 pela Google Play Store, tendo as varejistas como parceiras nas vendas, o que encarece ainda mais o produto.

Em países onde a Google Play Store vende o produto, a relação é bem menor, e no caso da Austrália, o modelo custa 16% de um salário mínimo. Ou seja, você compra o smartphone à vista, se quiser, sem causar um rombo no orçamento, ou parcelar em várias vezes no cartão de crédito. Aliás, uma correção: na Holanda, a Google Play Store também não vende o produto, e mesmo assim, é preciso apenas 0.30 salário mínimo para comprar o gadget.

É claro que não vamos entrar aqui em uma longa discussão de comparar o poder de ganho maior de algumas moedas, uma economia mais sólida, as taxas de impostos aplicadas pelo governo brasileiro, e os demais fatores econômicos que variam entre os países. Também não estou dizendo que você deve ficar dois meses e meio sem colocar comida na sua mesa para comprar o Nexus 4. Muito pelo contrário. Estamos fazendo aqui um comparativo bem primário para mostrar como o nosso buraco está embaixo. E aí, vem a pergunta: por que o Nexus 4 da Holanda, que também não vende o produto pela Google Play Store, custa menos no bolso do holandês (e aqui ele custa tudo isso)?

Uma das explicações é que nos países onde o poder de compra é maior, o Google coloca os seus subsídios para reduzir o preço do Nexus 4. Afinal, é sempre bom lembrar que o interesse final do Google não é vender o smartphone, mas sim, fazer com que mais e mais pessoas comprem aplicativos, livros, filmes e games na sua loja. Já no Brasil, país do “vamos levar vantagem em tudo”, e onde muito provavelmente eles já sacaram que a maioria não quer comprar nada disso (vide a quantidade de pessoas que fazem jailbreak de seus iPhones por aqui), eles não precisam se focar tanto no objetivo inicial, utilizando o “plano B”: lucrar em cima das vendas das unidades.

Mas o problema ainda não é esse, e o grande vilão não é o Google, mesmo sendo. O principal culpado pelo Nexus 4 ter o preço que tem é… o consumidor brasileiro.

Mesmo com o Nexus 4 sendo fabricado por aqui (e, com isso, contando com suas respectivas isenções fiscais que ele teria se fosse importado), ele vai custar esse preço porque o Brasil “se acomodou” com a cultura do “ah, é o preço do Motorola RAZR HD, logo, está valendo”. Nunca houve um questionamento mais enfático sobre o porquê de uma empresa estipular esse valor. Mais: todo mundo quer comprar. Se ninguém comprasse, esse preço seria menor, pois Google e LG iriam querer vender o produto. Mas fazemos exatamente o contrário: vamos para uma busca desenfreada pelas lojas de e-commerce para saber onde o aparelho é vendido, e buscando descontos no pagamento no boleto. Descontos esses que não chegam nem perto de colocar o smartphone no seu preço de custo.

Um exemplo? Na Espanha, a loja Phone House se recusou a vender o Nexus 4, com a alegação que a LG tinha fixado o valor do produto em 599 euros para a venda em modo desbloqueado. Em outros países, o mesmo Nexus 4 era oferecido por 200 euros a menos. Resultado: os espanhóis foram comprar o dispositivo nos países vizinhos, uma vez que tudo é muito perto na Europa. Sem falar que os espanhóis deixaram muito claro a sua insatisfação contra a Google e a LG pelo preço cobrado.

Resultado: o Google começou a comercializar o Nexus 4 na Google Play espanhola, com um preço menor, o que ajudou a empurrar para baixo o preço do smartphone no varejo local.

Será que você entendeu o que eu acabei de dizer?

Baseado no texto da EXAME


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