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Queda considerável nas vendas do iPhone 5: o que isso quer dizer realmente?

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Uma das notícias de destaque no mercado mobile do dia de hoje (14) vem do conceituado jornal Wall Street Journal, que informa que a Apple teria reduzido a encomenda de peças do iPhone 5 previstas para o primeiro trimestre de 2013 pela metade. O motivo: a baixa demanda do smartphone no mercado global. Diante de tantas especulações que começam a surgir, fica a pergunta: o que isso quer dizer na prática?

Antes de qualquer exercício de futurologia, é importante dizer que a redução da encomenda de telas e e outros componentes pode também estar relacionado ao fim das vendas do período natalino, o que é pouco provável, uma vez que uma empresa de grande porte já tem uma projeção do quanto o seu produto é capaz de vender no primeiro trimestre do ano seguinte, não só pela perspectiva do mesmo período do ano passado (que não é o melhor termômetro para analisar suas vendas), mas principalmente, em função daquilo que as vendas dos últimos dois trimestres indicam.

Porém, a causa mais provável para essa redução de encomendas de peças (e suposta redução de vendas do iPhone 5) está mesmo na concorrência. Quando o iPhone original foi lançado, em 2007, ele ditou as regras. Não havia nenhum smartphone na época que chegasse perto do seu conceito, e os modelos que o sucederam se tornaram facilmente o produto dominante por, pelo menos, três anos. Porém, cinco anos se passaram, o mundo mudou, e a concorrência definitivamente chegou, com modelos tão interessantes quanto o iPhone, e custando menos.

O Nexus 4 é um claro exemplo disso. Apesar dos problemas que está sofrendo no momento (inclusive o mais grave deles, que é não ser encontrado no mercado), é um smartphone com um hardware elevado, um sistema operacional consistente, com um design muito atraente, e um preço competitivo. A grosso modo (e pegando o seu preço praticado lá fora), o Nexus 4 custa a metade do valor de um iPhone 5, e querendo ou não, esse é um fator relevante na hora da compra para muita gente.

Outro exemplo está no seu principal concorrente, a Samsung. A linha Galaxy S alcançou recentemente a marca de 100 milhões de unidades comercializadas, sendo que o último modelo, o Galaxy S III, já tem mais de 40 milhões de unidades enviadas ao redor do planeta. Para muitos consumidores de tecnologia, a liberdade oferecida pelo Android, o design diferenciado pelo produto, o seu hardware potente e um preço menor foram fatores determinantes para que os números de vendas do modelo top de linha da Samsung se inflassem.

Some isso ao fato que alguns mercados importantes, como Europa e Estados Unidos ainda tentam sair de uma grande crise econômica, e as pessoas estão comprando menos. E aqueles que estão comprando, ou estão trocando o seu iPhone atual por um celular que seja mais econômico no quesito plano de dados, ou estão escolhendo os concorrentes (como o Nexus 4), que são tão potentes quanto o iPhone 5, mas custam menos.

Além disso, em um relatório recém anunciado pelo Business Insider sobre o interesse dos consumidores das principais operadoras de telefonia móvel dos Estados Unidos, o iPhone 5 não está na primeira posição de nenhuma das listas dos smartphones mais procurados, onde figuram modelos da Motorola e da Samsung nas primeiras posições. O mesmo Business Insider fala sobre o lançamento de uma nova versão do iPhone para o começo do verão norte-americano (final de maio, começo de junho de 2013), mas isso não justificaria um corte tão drástico na encomenda dos componentes antes do final da primeira quinzena de janeiro.

Outra pergunta importante: quais são as consequências que isso pode ter para a Apple a longo prazo?

Bom, além da redução dos lucros da empresa (mas isso, na teoria: vai saber se eles não lucraram em outro segmento de mercado) e sua quena na bolsa de valores, outros fabricantes receberiam o impacto imediato dessa queda de vendas. Muitos fabricantes de componentes e acessórios são dependentes da Apple, e o fato dos componentes serem muito específicos para a marca dificultaria a tarefa de buscar outros compradores de componentes para reduzir custos. Além disso, os processos de fabricação estão cada vez mais automatizados, e isso pode gerar um considerável aumento de demissão de funcionários nas fábricas e empresas parcerias da empresa na fabricação de componentes e acessórios.

Por enquanto, a Apple não se pronuncia sobre o assunto, e até imagino que a empresa não vai se pronunciar mesmo, uma vez que, nesse caso, qualquer coisa que ela disser pode e irá depor contra a empresa. Acho que o assunto só virá à tona (se vier) no próximo relatório fiscal da empresa. Mas fato é que: chegou a hora da Apple efetivamente “se coçar”, pois definitivamente, o iPhone não é mais o objeto de desejo dos consumidores de tecnologia.


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