Por último, mas não menos importante, temos o Moto X Play, versão mais modesta dos novos modelos Moto X 2015, mas igualmente interessante, por apostar na ‘troca’: abrir mão de um desempenho top de linha para uma maior autonomia de bateria, com a promessa da manutenção da experiência de uso.
O modelo chega ao mercado em agosto, com um valor sugerido de R$ 1.499. Essa informação pode ser vista de duas formas (como em praticamente tudo o que temos nessa vida).
Por um lado, temos um dispositivo com recursos novos, um Android atualizado e uma relação custo-benefício bem ajustado para o cenário atual do mercado e para a sua proposta dentro do segmento mobile. Por outro lado, o dispositivo é uma ‘involução’ em relação ao Moto X 2014, se pensarmos que traz um processador inferior, o Snapdragon 615.
Mesmo assim, nem tudo está tão perdido assim. O modelo possui uma tela de 5.5 polegadas, que pode atender bem a aspiração dos usuários menos exigentes. E pode não parecer, mas ele conta com uma leve diferença de tamanho em relação ao Moto X Style (que tem 5.7 polegadas). E essas 0.2 polegadas a menos podem fazer uma boa diferença no agarre e usabilidade diária. De qualquer forma, segue a tendência de mercado e repete as dimensões do Moto X lançado no ano passado.
Diferente do Moto X Style, o Moto X Play NÃO conta com o flash LED para a câmera frontal. É, amigo, não podemos ter tudo. Você só pode escolher uma coisa de cada vez para priorizar. E no caso desse modelo, o item em evidência é a sua bateria. Ou melhor, a autonomia de bateria prometida para o produto. Em compensação, esse sensor frontal foi melhorado, passando a contar com 5 megapixels de resolução.
O Moto X Play possui uma bateria de 3.630 mAh, e de acordo com a Motorola, por conta do conjunto técnico (tela com menor resolução, menor quantidade de RAM, processador mais modesto) trabalhando em conjunto com as otimizações de software, esse dispositivo é capaz de oferecer uma autonomia de uso de até 48 horas longe do carregador.
Se conseguir isso, ele consegue ficar ativo por mais tempo que o Motorola Moto Maxx, por exemplo. É algo impressionante, mas que só poderemos comprovar durante os testes para um eventual review.
Outra diferença que diferencia esse modelo do Moto X Style é a presença do plástico no lugar do metal em sua estrutura principal. Talvez por conta disso o Moto X Play acabe sendo naturalmente mais espesso, mas não a ponto de incomodar. Esse é outro ponto a ser considerado antes de escolher esse modelo: nesse aspecto de acabamento, a Motorola promoveu mais um ‘downgrade’, onde o produto tem o mesmo preço que o Moto X 2014, mas com um material menos nobre.
Se bem que, mais uma vez, é preciso lembrar que deixar esse dispositivo como um ‘premium’, não foi o objetivo da Motorola em nenhum momento. Mas sim oferecer vários dos elementos consagrados nos modelos anteriores, principalmente nas funcionalidades de software.
Em compensação, estamos diante de um smartphone com um visual bonito, principalmente na combinação com tons mais escuros. A parte traseira do dispositivo – assim como os demais modelos apresentados no evento – também foi modificada, com o objetivo de oferecer um melhor agarre durante o uso.
Outra boa novidade (e mais uma melhoria solicitada pelos usuários) está na sua câmera traseira, que tem o mesmo sensor de 21 megapixels presente no Moto X Style, que é – segundo a Motorola – ‘uma das três melhores câmeras disponíveis no mercado mobile atual’. Mais uma vez, só vamos conseguir comprovar isso na prática com os testes diários.
O pouco tempo que fiquei com o dispositivo me deixou animado. Mais uma vez, sou obrigado a lembrar que só vou saber se ele vende tudo o que ele promete com o review – que desejo fazer o quanto antes possível, Motorola! -, mas as impressões que tive foram muito positivas, com um comportamento estável e muita velocidade na operação do sistema operacional e seus elementos mais utilizados.
Assim como aconteceu com o Moto X Style, o Moto X Play também possui suporte para o dual nano SIM, além da possibilidade de expansão de sua memória interna via microSD. Essas mudanças tornam a ideia geral da linha Moto X mais atraente, já que muitos usuários reclamavam dessas ausências nos modelos anteriores.
O que muitos chamam de ‘downgrade’ em relação ao Moto X 2014 eu chamo de ‘reposicionamento’. O grande atrativo do Moto X Play é a sua autonomia de bateria, que trabalha em conjunto com uma relação custo-benefício que ofereça uma experiência de uso competente. Nesse caso, as restrições adotadas pela Motorola são condizentes, pensando nesses objetivos.
Por outro lado, entendo o que muitos usuários reclamam. A tecnologia precisa sempre andar para frente, e não dar passos para trás. Para muitos, a autonomia de bateria maior e as demais modificações adotadas não justificam que o novo Moto X Play custe o mesmo valor que o Moto X 2014. Ele poderia custar menos, até mesmo para ser mais competitivo e atraente do que os seus competidores.
De qualquer forma, deve fazer barulho e chamar a atenção. Mas vamos esperar pelos primeiros testes e feedbacks.