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Por que um iPhone “com preços populares” não faz o menor sentido?

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Foto: Rafael Godeiro – BlogRGNews

Muito se falou nos últimos dias sobre a possibilidade da Apple lançar um iPhone mais barato, mais acessível, e com materiais que deixassem o produto mais barato (como uma carcaça de plástico, por exemplo). Eu mesmo achei essa teoria algo risível, e nem quis falar sobre o assunto no TargetHD. Mas como o rumor começou em um veículo importante (o Wall Street Journal), e principalmente, porque Phil Schiller decidiu se pronunciar sobre o assunto, resolvi dar os meus pitacos, e dizer porque um iPhone “popular” não faz o menor sentido. Pelo menos, por enquanto.

Começando pelas palavras do vice-presidente de marketing mundial da Apple. Schiller concedeu uma entrevista a um jornal chinês, e foi questionado sobre esses rumores de um suposto iPhone com preço popular. Schiller nem titubeou. Foi até enfático, afirmando categoricamente que “isso nunca será parte do futuro dos produtos da Apple”.

E olha que ele falou isso para um veículo de imprensa chinês, mercado esse que a Apple quer conquistar, uma vez que tem apenas 20% de participação no momento (a Apple colocou a China como “prioridade”). Schiller prossegue:

“Desde sempre, todos os produtos da Apple se caracterizaram por uma coisa: nós só utilizamos neles o melhor da tecnologia disponível. É por isso que os últimos modelos do iPhone incorporaram cada vez mais novidades, como a tela Retina, um melhor design, a melhor câmera, entre outros. Tudo isso está focado no objetivo de lançar o melhor smartphone do mercado. É por isso que não consideramos a necessidade de um iPhone barato, já que hoje temos os maiores lucros do mercado”.

Ainda que os rumores nasceram com base na ideia de um modelo de iPhone para os mercados emergentes, Schiller descartou completamente a hipótese. Vale lembrar que temos pelo menos três modelos de iPhones disponíveis no mercado (iPhone 5, iPhone 4S e iPhone 4), sendo que o mais antigo é considerado o modelo mais “acessível” da empresa.

Ok, agora os meus pitacos sobre o assunto.

De fato, a Apple não precisa de um iPhone popular. Primeiro, por algo que Schiller já afirmou nas entrelinhas: a Apple estabeleceu um padrão de qualidade nos seus produtos, e não há motivos para mudar agora. Veja bem, eu não estou sendo elitista, mas essa é a realidade. A Apple nunca foi uma empresa com produtos com preços acessíveis, e mesmo assim, bate recordes de vendas a cada trimestre (ou ano fiscal, para não ser exagerado). Por que mudar agora? Apenas para tirar a liderança no mundo mobile da Samsung a todo custo? A essa altura do campeonato, mesmo com um iPhone que te dê dinheiro, eu diria que é impossível esse quadro se reverter tão cedo. Ainda mais com um único smartphone.

Além disso, os lucros da Apple estão também nos valores que o produto agrega. Muito dos lucros da Apple não estão exatamente na venda dos produtos, mas principalmente nos aplicativos e conteúdos que os usuários acabam adquirindo para esse produto. Quem tem um iPhone, iPad ou iPod Touch sabe do que estou falando. A maioria acaba gastando uma boa grana também em aplicativos, músicas, aluguel/compra de filmes e episódios de séries, livros e acessórios/complementos. Essa grande e preciosa fonte de renda da Apple faz com que a empresa se mantenha lucrativa, mesmo vendendo um smartphone caro em muitos países (como, por exemplo, o Brasil).

Por outro lado, a Apple (na verdade, Steve Jobs) tinha afirmado no passado que não se via lançando um tablet com dimensões menores que os 9.7 polegadas do iPad, e em outubro de 2012, apresentaram o iPad Mini, com 7.9 polegadas. Ou seja, foi só Steve Jobs partir desse plano, que Tim Cook arregaçou as mangas e disse “quem manda aqui nesse negócio agora sou eu”. Honestamente, não sei muito bem o que se passa na cabeça de Cook, e quais mais surpresas “não muito agradáveis” (como atualizar o iPad mais de uma vez por ano) ele pode apresentar em 2013. Planos podem ser mudados, e o iPad Mini é a prova disso.

Mas, mesmo assim, eu não acredito. Não acredito que Tim Cook vai comprometer a marca, o padrão de qualidade, e principalmente, uma filosofia desenvolvida ao longo de três décadas, de dizer ao consumidor que “o melhor tem preço sim, e nós oferecemos o melhor”. Tudo bem que vivemos em um período de crise econômica mundial, e não sabemos quando que os principais mercados vão se recuperar dessa fase. Mas não dá imaginar que a Apple vai lançar um iPhone só para competir com os modelos populares da Samsung, LG, Nokia, Motorola, entre outros. Os focos são diferentes, os objetivos são diferentes. A não ser que a empresa de Cupertino esteja mesmo temendo que os dias negros de pouco dinheiro circulando cheguem mais cedo do que eles imaginam.

Além disso, o que seria da vida dos Apple Fanboys xiitas, que sempre se vangloriaram da Apple nunca baixar os padrões, e sempre oferecer um smartphone top? Se lançarem um iPhone “de plástico”, seria mais um mito que cairia por terra. E eu temo pela saúde mental dessas pessoas…

 


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