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Pode a reação em cadeia do filme “Gravidade” acontecer algum dia?

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Hoje é o dia de conhecermos os vencedores da 86ª edição do Academy Awards, também conhecido como Oscar 2014. Um dos indicados na categoria Melhor Filme é “Gravidade”, onde um acidente provoca uma grande (e porque não dizer espetacular) “reação em cadeia”, que direciona os eventos da trama. Mas… e na vida real? Será que tal evento é possível?

Cientistas do departamento de Física e Astronomia da Universidade de Leicester se fizeram essa pergunta, e compartilharam suas impressões em um recente estudo publicado na revista Journal de Physics. O acidente, que serve de ponto de partida para os eventos retratados em “Gravidade” é um cenário hipotético, denominado “Síndrome de Kessler”, e mesmo que seja muito improvável, pode chegar a ocorrer.

O cenário foi descrito pela primeira vez por Donald J. Kessler, consultor da NASA, e que deu nome à esta síndrome. Na prática, o que ocorre é o seguinte: a explosão de um dos muitos satélites artificias que orbita o planeta Terra pode criar uma nuvem de fragmentos de corpos celestes, que podem danificar outros objetos em órbita.

Eventualmente, estas colisões aumentarão o risco de mais colisões. A reação em cadeia resultante geraria uma quantidade tão grande de micro-fragmentos de lixo espacial orbitando em alta velocidade, que tais objetos ficariam invisíveis na órbita mais baixa de nosso planeta, colocando em sérios riscos as missões espaciais e, por tabela, a corrida espacial (que ainda existe).

No caso de “Gravidade”, a explosão que desencadeou a “Síndrome de Kessler” é um míssil que os soviéticos enviam para o espaço, com o objetivo de destruir um satélite. Segundo os cientistas de Leicester, essa hipótese é muito improvável de acontecer no mundo real. Segundo K. Raymer, T. Morris, O Youle e B. Jordan, autores do estudo, se existe um potencial culpado de iniciar tal desastre na órbita da Terra não é nenhum míssil, mas sim, o satélite europeu Envisat.

Eis o culpado...
Eis o culpado…

O Envisat é um satélite de pesquisa do clima que a ESA colocou em órbita em 2002. Em abril de 2012, a agência europeia perdeu completamente o contato com o satélite, dando a missão por encerrada. Porém, a Envisat segue em órbita, a 790 km da Terra. Essa é a altura onde existe a maior quantidade de lixo espacial acumulada na órbita.

Segundo o estudo, sua órbita pode fazer com que ele se cruze em outros objetos. Duas vezes por ano, o satélite, que pesa “apenas” 8.2 toneladas, passa a menos de 200 metros de outro objeto qualquer.

Porém, as possibilidades de um evento Kessler seguem sendo remotas, mas o estudo da Universidade de Leicester recomenda que se investigue mais a fundo uma forma de se livrar da Envisat de forma definitiva. Porém, esse é um processo complicado, que custaria milhões de dólares dos envolvidos. O satélite artificial ainda deve ficar em órbita por 150 anos, antes que a gravidade terrestre o atraia para a atmosfera, que por sua vez, se encarregará de sua incineração.

Via PhysUniversidade de Leicester


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