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Onde a Sony errou no mercado de smartphones?

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Ontem (17), a Sony anunciou as suas novas previsões financeiras para 2014. A má notícia foi a modificação do índice de perdas estimadas, que são agora de 1.6 bilhão de euros. A própria empresa afirma que a culpada pelo prejuízo é a divisão de mobilidade, onde eles subestimaram as previsões anteriores, encontrando um mercado de smartphones e tablets que cresceu muito mais (e mais rápido) do que eles esperavam. Com tudo isso, eles vão ter que repensar a estratégia de mercado.

A pergunta que fica é: onde foi que a Sony errou?

Talvez a resposta mais objetiva para essa pergunta está na palavra ‘diversificação’. A Sony centrou os seus esforços principalmente nos modelos top de linha, mas de repente, quis buscar os mercados de entrada e linha média. E está claro que isso não deu certo. Vale lembrar que, em 2013, o segmento de mobilidade foi o que mais contribuiu para as vendas da empresa, o que indicava que essa aposta ainda era coerente.

Mas… e hoje? Como funciona?

 

Os fabricantes chineses tomaram o lugar da Sony

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A Sony estabeleceu referências no mercado mobile com os seus modelos top de linha Xperia. Porém, são apenas referências de conceito, não de mercado: as vendas não corresponderam ao esperado pelos diretores da empresa. O mesmo aconteceu com os segmentos de linha média e de entrada, que até receberam propostas interessantes.

Lançamentos como o Xperia T2 Ultra e o Xperia E1 receberam elogios de muitos sites especializados, e esboçavam o caminho que a Sony queria traçar, no objetivo de conquistar usuários que queriam pagar menos para ter bons smartphones. Porém, era uma aposta de risco, levando em conta a baixa margem de lucro.

A estratégia falhou. A Sony detectou que houve ‘uma mudança significativa no mercado, e no que cerca o segmento mobile’. Traduzindo em uma linguagem que todos podem entender de forma mais clara: A Motorola tomou os mercados de entrada e linha média, com os modelos Moto e e Moto G. Além disso, os modelos de entrada dos fabricantes chineses, que ofereciam dispositivos com hardware semelhante – ou até melhor, em alguns casos -, mas com preços mais competitivos.

A Sony não foi a única a sofrer desse problema. A Samsung já passou os primeiros dois trimestres de 2014 sem aumentar a sua fatia de mercado, com quedas consecutivas nas vendas. Fabricantes como Xiaomi, Oppo e Huawei estão canibalizando o negócio que antes era dominado pelos coreanos.

Agora, imagine como é a situação da Sony, que não figura nem entre as cinco maiores vendedoras de smartphones do planeta.

 

Adeus aos mercados emergentes?

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A Sony agora usa a estratégia de “reduzir os riscos para obter lucros estáveis”. Isso significa que as chances da Sony reduzir os investimentos nos modelos de entrada, se centrando nos modelos de top de linha são enormes. A consequência imediata disso é a saída da empresa dos mercados emergentes. Lembrando: nada ainda é oficial, mas estamos conjecturando em cima das declarações da própria Sony no seu último relatório financeiro.

Essa decisão pode ser uma boa ideia, se a Sony quer mesmo sobreviver no mercado mobile. O lançamento do Android One na Índia confirma as intensões da Google em conquistar os mercados emergentes, e como a empresa já conta com alguns parceiros relevantes, vai ser uma questão de tempo para a iniciativa dominar esse segmento.

Até porque o erro da Sony custou um descalabro econômico absurdo: as previsões de prejuízos saltaram de US$ 466.3 milhões para US$ 2.150 bilhões apresentados ontem. E esse prejuízo já resultou em consequências evidentes e devastadoras: a demissão de 1.000 dos 7.100 funcionários da Sony que trabalham nas fábricas destinadas ao setor de mobilidade antes do fim do ano fiscal da empresa (março de 2015).

O último recado para a Sony é: tomem cuidado. Exemplos sobre como isso pode terminar estão espalhados ao longo da história. A Nokia, hoje, não existe. A Motorola só foi salva porque a Google salvou. A própria Sony abriu mão do segmento de PCs, por se achar “mais realista que o rei”, oferecendo produtos muito bons, mas por preços absurdos (e apenas a Apple podia fazer isso, por ter uma clientela consolidada).

Nem é preciso ir muito longe pra concluir que: se a Sony não acordar e mudar RADICALMENTE, poderemos não estar mais comentando sobre os smartphones da empresa a médio prazo.


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