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O Ubuntu Touch tem algum futuro?

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Meizu Pro 5 Ubuntu Edition-01

Com a MWC 2016 chegando o Ubuntu Touch, proposta de sistema operacional móvel da Canonical, está ganhando evidência. O software se apresentou como um conceito totalmente revolucionário, oferecendo a convergência onde era possível adaptar a interface gráfica ao contexto sobre o qual ele se executa, sendo útil e prático tanto para desktops como para smartphones e tablets.

O Ubuntu Touch optou para os dispositivos touch o Unity 8 para uma melhor interação, enquanto que nas demais interfaces apostou no GNOME Shell. O sistema da Canonical aspira ser a única opção compatível com todas as plataformas. É uma ideia revolucionária sim. Mas com o passar do tempo, se transformou em uma “eterna promessa”. Qual foi o problema?

Tudo aponta para os escassos recursos que a Canonical possui para alcançar esse objetivo, já que a empresa fundada por Mark Shuttleworth segue sendo pequena em comparação com outras, como por exemplo a Microsoft (que tem o Continnum como uma realidade).

A gigante de Redmond não teve dúvidas em seguir os passos da Canonical, e apresentou algo parecido no Windows 8. Porém, essa versão do sistema operacional teve uma rejeição enorme por conta da interface Modern UI, o que forçou a empresa a voltar a trás e devolver a interface clássica no Windows 10 (com opções para modificá-la). Pese a tudo isso, a Microsoft tinha outro trunfo na manga: o Continuum.

O Continuum é uma excelente tecnologia que o Ubuntu Touch basicamente apresentou ao mundo. Obviamente, os maiores recursos disponíveis pela Microsoft foram determinantes para chegar a esta situação, onde alguns projetos já tiram proveito dessa funcionalidade.

 

Ubuntu Touch: muito barulho, poucas ações

bq-tablet-com-ubuntu

Não é a primeira vez que a ambição da Canonical supera os meios que eles possuem. Hoje, a empresa segue com muitas ambições, mas só tem dois fabricantes oferecendo dispositivos com Ubuntu Touch: a espanhola BQ e a chinesa Meizu.

É óbvio que o apoio por parte dos fabricantes é muito baixo nesse momento, e a Canonical insiste em afirmar que está negociando com outros fabricantes, mas o fato de nomes não serem citados dá a entender que eles estão longe de convencer a quem quer que seja. E, sem isso, fica claro que o Ubuntu Touch pode ter uma trajetória bem curta, principalmente pelas dificuldades que resultam trocar de sistema operacional de um dispositivo com CPU ARM, um panorama muito diferente ao foco de ferramentas gráficas e agnósticas em relação ao sistema operacional que sempre teve os computadores x86.

Outro detalhe importante é a falta de dispositivos genuínos que utilizam o sistema operacional, já que até agora todos os produtos apresentados com Ubuntu Touch foram inicialmente concebidos para o Android.

 

Possibilidades reais de sucesso? Bem escassas…

O Ubuntu Touch possui muitas carências. É um sistema operacional que ainda está bem verde, faltando vários aplicativos. A Microsoft tem dinheiro suficiente para trazer aplicativos mais rapidamente, algo que a Canonical nem pode cogitar.

Vendo este cenário, para o Ubuntu Touch só resta tentar convencer pelas suas duas grandes virtudes: a citada convergência e o maior controle sobre o sistema operacional através do sudo, que permite a execução de comandos com permissões de administrador na maioria de distribuições Linux e OS X. Porém, a maioria dos usuários nem sabe o que quer dizer a palavra “convergência”, sem falar na ausência de aplicativos, o que faz com que esse software só possa ser interessante aos fãs do Linux em geral e do Ubuntu em particular.

Por fim, é bom lembrar a tendência do mercado nos últimos meses. A queda da cota do Windows Phone mostra uma rejeição dos usuários em relação aos sistemas operacionais alternativos, e se o Windows Phone, que tem o respaldo de ninguém menos que a Microsoft, não consegue deslanchar, qualquer alternativa que está atrás dele terá uma missão muito mais complicada para se fazer visível em um mercado que escolheu ter um duopólio entre Android e iOS.

 


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