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O que vai acontecer quando os millenials se tornarem presidentes?

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Em apenas 15 anos, nossas vidas passaram do offline para o online, e não nos demos conta disso. E isso já teve consequências para a vida pública. Basta ver como nosso passado digital bate à nossa porta hoje.

Mas… o que vai acontecer quando os jovens millenials, que cresceram colocando suas vidas na nuvem, chegar ao poder?

Mais: o que vai acontecer quando a Internet das Coisas permitir fazer um registro completo de nossas vidas, do nascimento à morte?

Seremos capazes de suportar o peso de nosso passado?

 

 

Há quanto tempo você não revisa o seu passado digital?

 

 

Eu não lembro da minha primeira foto que publiquei no Facebook. E isso é um perigo.

Tem várias coisas que fiz e publiquei em fotos que não me orgulho. Já de outras eu me orgulho muito.

A foto acima foi em um evento da Nokia, o Ovi Expedition, em 2010. Eu ainda estava começando como blogueiro pelo TargetHD, mas nesse evento eu ganhei um novíssimo Nokia N8. E esse belo sanduíche de mortadela.

Eu tenho cuidado em não parecer muito idiota nas fotos. Justamente para meu passado não vir assombrar meu presente.

Confesso que não vivi a era do Fotolog. No Orkut tinha muitas fotos, com amigos que hoje não estão mais no meu convívio. Sempre fui mais reservado, mas também entendo que, pelas minhas fotos, se algum dia eu for presidente do Brasil, nós estamos ferrados!

E a pergunta que fica é: nossas fotos representam nosso eu digital?

E revisar tweets então?

Quantas besteiras já falamos aos quatro ventos.

Quantas coisas dissemos sem pensar que nossos perfis poderiam se tornar profissionais um dia…

Enfim, vamos seguir em frente no texto.

 

 

Este é só o começo. Em breve, estaremos totalmente na rede

 

 

328 milhões de novos dispositivos se conectam a cada mês na internet. Ou seja, em 2020, serão 50 bilhões de devices conectados.

Em breve, os médicos poderão saber a dieta dos seus pacientes cruzando dados de cartão de crédito com dados de cozinhas inteligentes. Por exemplo.

Jeff Moss, um conhecido consultor de segurança, afirma que não é descabido pensar que, no futuro, teremos registros permanentes de todos, e cada um dos nossos movimentos estaria a um clique de distância de qualquer pessoa.

O barateamento do armazenamento de dados é o que vai permitir isso. Em pouco tempo, tudo ficará armazenado para sempre. E de graça, se bobear.

Moss se pergunta sobre o impacto disso na vida das pessoas. Veremos um futuro onde os governantes serão educados desde criança para serem líderes, medindo absolutamente tudo o que compartilham nas redes sociais para evitar indiscrições que podem arruinar o seu futuro?

Ou vamos nos acostumar a ver essas pessoas com fotos constrangedoras da sua adolescência?

 

 

Sim… já existem assessores pensando nisso…

 

 

Um peculiar tipo de assessor se dedica a “desenhar” a vida das crianças antes que elas assumam o controle. A Associação Internacional de Consultores de Admissões explicam que este fenômeno está cada vez mais difundido pelo mundo, e a AIGAC já tem sócios em mais de 16 países.

Nos Estados Unidos, o processo começa inclusive no colégio, e já é visto como algo normal, já que 3 milhões e meio de estudantes pedem vaga na associação por ano no país.

Cada rotina custa US$ 40 e até um quarto dos estudantes solicitam lugares em mais de sete universidades. Esse número de solicitações cresceu constantemente, principalmente nas universidades de elite.

O investimento de tempo e dinheiro é enorme: em 2010, as universidades gastavam em média US$ 585 por aluno admitido em solicitações revisadas.

Desde 2011, uma prática comum adotada pelas universidades é inspecionar a página do Facebook dos candidatos, e isso pode resultar em recusa direta.

Não apenas posts ou fotos, mas também gostos, interesses e até orientações políticas são revisadas.

Se já temos assessores que monitorizam toda a vida das crianças que podem estudar nas melhores universidades do mundo, o surgimento de assessores políticos infantis não é nenhuma loucura.

 

 

A sociedade muda, mas… muda o suficiente?

 

 

Não é tão simples.

As sociedades atuais mudam em alta velocidade. Talvez o maior problema que esses profissionais vão enfrentar é como planificar uma carreira para 30 ou 40 anos em um sociedades tão dinâmicas.

Um claro exemplo está nas últimas eleições presidenciais norte-americanas. Ted Cruz, um homem preparado para ser presidente (com diplomas em Princeton e Harward) teve que passar do elitismo tradicional do Partido Republicano para o populismo puro e simples.

Sem controle sobre o futuro, só restam duas opções.

A primeira é nos acostumarmos com polítocos com um passado que envolve idas ao show de Justin Bieber e curtidas em temporadas de Big Brother.

Podemos substituir uns prejuízos por outros. O prejuízo da realidade social é muito útil, e tem raízes neuro evolutivas. Logo, podemos nos acostumar com algumas condutas, mas não sabemos o que poderá ser considerado como algo imperdoável no futuro.

 

A privacidade é a resposta?

 

 

A segunda opção é ocultar a informação, com regras de privacidade e confidencialidade. Porém, isso também não funciona.

Nos Estados Unidos, chegaram a proibir que pedissem aos candidatos a vagas de emprego o certificado de antecedentes criminais, por ser um prática fundamentalmente racista, pois só eram solicitados os documentos de latinos e afro-americanos.

O resultado? O número de contratados dos dois grupos caiu, pois a suspeita de criminalidade se expandiu para todo o coletivo.

O polêmico histórico médico de Hillary Clinton é outra prova que as leis de privacidade não resolvem, pois impulsionam outros tipos de indicadores (raciais, socioeconômicos ou ideológicos) na hora de avaliar as pessoas.

 

Muito além da vida pública

 

 

Se já é difícil controlar esse tipo de coisa nas pessoas com recursos, imagine para os meros mortais.

É absurdo pensar que a chegada do big data e das inteligências artificiais não servirão para tirar todo o proveito possível do histórico da vida digital.

Que impacto isso vai ter nas pessoas reais? O que vai acontecer na hora de procurarmos novos empregos? Estamos prontos para suportar o peso de nosso passado? Veremos no futuro movimentos que pedem o direito ao esquecimento nas constituições?

As perguntas existem, e as respostas parecem argumentos de um episódio de Black Mirror.

Deixaremos as perguntas para, quem sabe, serem respondidas no futuro.

Não creio que vou me esquecer desse post, pois no futuro provavelmente não vamos conseguir nos esquecer de nada.


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