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O que esperar do mundo da tecnologia com Donald Trump como presidente dos Estados Unidos

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O mundo ainda está digerindo o fato de Donald Trump ser o novo presidente dos Estados Unidos.

Chega ao fim uma das campanhas eleitorais mais nojentas e surpreendentes da história, derrubando a maioria das pesquisas, contrariando os veículos especializados e analistas que davam a vitória de Hillary Clinton como algo certo.

Mas… o que tudo isso tem a ver com tecnologia?

A essa altura do campeonato… muito!

 

Quando vemos o que Trump pensa sobre tecnologia e internet, nos assustamos. Hoje, os Estados Unidos conta com um papel importantíssimo nesses setores. Por ser uma potência, por vários serviços virem do país, e por todos os temas de ciber vigilância em massa.

A seguir, vamos revisar todas as promessas eleitorais que Donald Trump fez relacionadas ao mundo da tecnologia, e como isso pode afetar a nossa realidade.

 

Antes, vale a pena dizer que Trump não falou muito de tecnologia ao longo da campanha, e as poucas vezes que o fez, foi para afirmar ou prometer coisas sem qualquer sentido técnico.

De fato, Donald Trump se silenciou sobre a maioria dos temas relacionados ao mundo da tecnologia.

Porém, ainda que exista alguma afirmação clara e contundente, em muitos aspectos não está totalmente definida qual será a sua política em relação ao mundo da tecnologia.

Estamos apenas compilando promessas de campanha e pontos de vista onde ele foi mais enfático.

 

 

Reforçar a posição dos Estados Unidos na Propriedade Intelectual

 

Este foi um dos temas recorrentes de Trump nos últimos meses. Ele chegou a citar um relatório da International Trade Commission de 2011, garantindo que “melhorar a propriedade intelectual dos Estados Unidos na China produzirá mais de 2 milhões de postos de trabalho nos EUA”.

A maioria das referências que ele fez sobre o roubo de propriedade intelectual culpava a China, mas sem dar detalhes sobre o que ele faria para evitar isso.

Isso foi criticado pela Intelectual Property Watch, que garante que Donald Trump “limitou seus comentários à reforma do comércio e ao suposto roubo chinês da propriedade intelectual”.

 

 

Retirar os EUA do TPP (e do TTIP?)

 

Se Trump foi bem claro em algo foi na sua intenção de retirar os Estados Unidos do polêmico e misterioso Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP), que ele qualificou como “uma catástrofe”.

Pouco foi dito sobre o conteúdo desse acordo, mas sabemos que ele trata de temas relacionados à economia entre EUA e países do Pacífico.

O acordo foi amplamente criticado por ecologistas e associações de proteção ao meio ambiente, que definem o TPP como um acordo secreto entre nações que ameaça por extensão o resto do mundo.

Basicamente temos aqui uma restritiva lei de propriedade intelectual, que reescreve as regras de cumprimento, incluindo os DRMs, rigidez da legislação e penalização dos jornalistas que revelam informações confidenciais.

Não fica claro o que acontecerá com a Associação Transatlântica para o Comércio e Investimento (TTIP), onde os Estados Unidos negociam um acordo similar, mas com países europeus.

Trump não se manifestou publicamente contra o TTIP, mas criticou esse tipo de iniciativas a nível internacional, afirmando que o NAFTA foi um desastre e que estes tratados de livre comércio não beneficiam os Estados Unidos.

 

 

Fechar “partes da internet” para lutar contra o Estado Islâmico

 

Aqui, Trump não fala a nossa língua.

Em duas oportunidades, ele garantiu que não teria problemas em “fechar partes da internet” para evitar que o Estado Islâmico use a rede para recrutamento ou comunicação.

Não deixou claro como nem ao quê ele se refere, mas sua ideia passava por consultar Bill Gates e outras pessoas que realmente entendem do que acontece e fechar partes da internet, de alguma forma.

No site de Donald Trump, a linguagem é mais moderada quando falam do tema, mas sem revelar detalhes, mas mantendo o foco: evitar que os terroristas (ou inimigos da América em geral) utilizem a internet como ferramenta para concretizar suas ações ou obter qualquer tipo de vantagem.

 

 

Reforçar o cibercomando dos Estados Unidos

 

Este item está relacionado com o anterior.

Trump chegou a afirmar que gostaria de recrutar os norte-americanos mais inteligentes para se infiltrar na internet, e assim descobrir quais os caminhos a seguir visando a cibersegurança.

Aliás, acusou diretamente a China como um “inimigo” nesse tema por diversas vezes.

Seu foco também se voltou para a Rússia, que muitos acusaram de estar por trás dos ciberataques contra o Comitê Nacional Democrata (DNC). Na época, Trump simplesmente disse: “pode ser a Rússia, pode ser a China… pode ser alguém que está sentado em sua cama e pesa 180 quilos”.

Muito contundente e profundo, não acham?

Trump dedicou um espaço para a cibersegurança nas suas promessas de campanha, mas sem dar detalhes sobre as mudanças que vai promover. Mencionou uma análise aprofundada das defesas do país, e que vai reforçar o atual cibercomando dos EUA, tanto nas capacidades de defesa como de ataque.

 

 

Modernizar as infraestruturas

 

Trump sempre tocou nesse tema de forma superficial, sem qualquer profundidade. Mas chama a atenção que na sua lista de propostas está a melhoria dos sistemas de segurança nos aeroportos para evitar filas (e terroristas, é claro), além de incorporar a nova geração de veículos no sistema de transporte, além de avanços no comércio marítimo.

E quer gastar muito dinheiro para conseguir isso.

 

 

Outros pontos não esclarecidos:

 

– É contra a neutralidade da rede: em 2014, Donald Trump se declarou contra a neutralidade, mas durante a campanha não especificou medidas concretas, mas disse que vai suspender algumas das regulações implementadas pela gestão de Barack Obama. Inclusive a regulação a favor da neutralidade aprovada pela FCC em 2015.

– É contra os fabricantes imporem sua codificação: Trump já criticou pesadamente a Apple no caso do iPhone de San Bernardino e sua postura de se negar a desbloquear o dispositivo. Chegou a pedir um boicote. Vamos ver como ele se posiciona diante da codificação de dados em geral, e quais medidas vai tomar sobre o tema.

– É contra (?) a imigração qualificada: não está clara a postura de Trump sobre a imigração qualificada, já que primeiro recusou frontalmente, e depois afrouxou o discurso, afirmando que “precisamos ter gente com talento no país”. As empresas de tecnologia criticaram muito esse pensamento, já que defendem a mão de obra estrangeira qualificada. Uma carta aberta assinada por mais de 145 trabalhadores e diretores de gigantes tecnológicas contra Donald Trump deixa isso bem claro. No seu site, o novo presidente apenas garante que vai dar prioridade para os norte-americanos na oferta de empregos.

– A favor da ciber vigilância em massa: em 2015, Trump afirmou ser a favor da NSA na retenção dos metadados obtidos como parte da vigilância, e propôs a criação de um novo organismo judicial para supervisionar e controlar todos os dados. Reforçou sua postura em um debate posterior, chegando a reconhecer que sabia que alguém ouvia suas chamadas telefônicas. Porém, não revelou mais detalhes sobre como pretende implementar isso.

– A favor que a Apple fabrique “seus malditos computadores” nos Estados Unidos: esta foi uma das afirmações mais polêmicas feitas por Trump durante a campanha, mencionando a Apple como exemplo de empresa norte-americana de sucesso que fabricava fora do país. Sua ideia é renegociar alguns acordos comerciais com outros países e penalizar a China. Mas não disse como faria isso. Em outra ocasião, afirmou que fará com que a Ford volte a fabricar nos EUA aplicando um imposto de 35% aos carros fabricados no México. Mas não há nada em seu site oficial que faça referência a esse tipo de medida.


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