Muitos compararam a Xiaomi com a Apple, e não por essa evidente “inspiração” de produtos. A empresa parecia estar no caminho de ser uma das gigantes do mundo mobile, com uma valorização acima dos US$ 45 bilhões no começo de 2015.
Porém, a grande concorrência dentro da China e a incapacidade de expandir internacionalmente fizeram a valorização da Xiaomi despencar para a casa dos US$ 4 bilhões.
Onde foi que uma das empresas mais chamativas do mundo da tecnologia errou?
Nos cansamos da Xiaomi?
Uma concorrência feroz, também na China
Tudo parecia ser cor de rosa para a empresa de Lei Jun: os investidores disputavam a tapa um pedaço da empresa que parecia ter o controle na Chinam com um catálogo de produtos surpreendente pela relação custo-benefício excelente.
Porém, outros fabricantes adotaram a mesma filosofia, com inovações que a Xiaomi não conseguia aportar. Os dispositivos da Vivo com tela curva, Oppo e OnePlus com modelos com recarga rápida e Huawei sendo pioneira no sistema de câmeras dual ou sensor de digitais dificultaram tudo.
A concorrência tem hoje uma melhor I+D, melhor experiência em fabricação e maior faixa geográfica para distribuição que a Xiaomi. A falta de inovação independente é outro fator, e a empresa teve que mudar diante do ataque dos seus competidores, investindo mais em marketing do que depender da propaganda boca a boca.
Não é mais uma estratégia apenas da Xiaomi
Outros fabricantes utilizaram da mesma estratégia da Xiaomi, oferecendo o bom, bonito e barato, mas em canais de venda oficiais a nível internacional.
A concorrência nos segmentos de entrada e linha média é algo brutal, e mesmo com produtos como o Redmi Note 3 sendo um modelo notável, ele acaba eclipsado com outras propostas igualmente interessantes.
O catálogo de produtos que se atraem por preço e especificações vai além dos smartphones. A Xiaomi expande sua oferta, oferecendo todos os tipos de soluções nos campos da informática e eletrodomésticos.
Mas além dos produtos, chama a atenção os problemas de distribuição. Encontrar um Mi Notebook Air fora da China é algo bem complicado, por exemplo.
A Xiaomi segue sendo muito chinesa
A expansão internacional da empresa é um problema. Os modelos geram muito interesse no seu lançamento, mas chegam a conta-gotas no ocidente, em lojas que aportam garantias que diluem a relação custo-beneficio.
O preço em yuanes e o preço final dos diferentes mercados internacionais é muito diferentes. Enquanto isso, a concorrência oferece modelos mais interessantes com preços igualmente surpreendentes, e isso faz com que a Xiaomi enfrente sérios problemas.
Por fim, além da limitada expansão internacional, pesa e muio as ameaças por patentes.
A Xiaomi está protegida na China. Mas na Índia, segundo mercado mais relevante para a empresa, eles enfrentaram processos por violações de patentes da Ericsson.
Apesar de chegar a acordos com a Microsoft ou a Qualcomm para evitar mais processos em outros países, seu salto para mercados internacionais é algo improvável. Os processos barrariam a expansão da empresa.