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O mercado de smartphones hoje: sobem as exigências, e cai a demanda

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Recentemente, a HTC emitiu um comunicado corrigindo suas previsões para o relatório financeiro do segundo trimestre de 2015, mostrando números ainda menores. Hoje, temos mais correções, dessa vez sobre as previsões de vendas no segmento de computadores, tablets e smartphones, por parte da Gartner, que calcula um menor crescimento de mercado em relação ao trimestre anterior.

A Gartner calcula para 2015 um crescimento de 1.5% em relação ao ano de 2014, valor 1.3% menor em relação à última previsão. Falando apenas nas vendas dos smartphones, a queda é de até 3.3% em relação ao ano passado, e na parte dos tablets, a queda é de 5.9%.

Quais são os motivos para esse cenário tão complicado?

 

Não existe almoço grátis, nem no mundo da tecnologia

O smartphone é um produto que trafega entre a necessidade e o capricho. O mundo inteiro está em uma situação econômica complicada, mas os preços não param de subir, com um limite de 700 euros para os modelos top de linha (no Brasil, entre R$ 2.5 mil e R$ 3 mil ou mais). Logo, não dá para esperar um crescimento de vendas, pelo menos nos modelos novos.

O comércio de segunda mão e os planos das operadoras também jogam contra. Com terminais com preços até 30% menores que os novos e em bom estado, assim como a opção de poder pegar um novo telefone por um baixo valor adicional mensal, o cliente em potencial tem opções mais acessíveis que oferecem uma maior relação custo-benefício.

 

China: um motor em desaceleração

A China está em uma clara queda nas vendas de smartphones. Um claro exemplo disso são os números distribuídos pela Xiaomi e outras marcas que são fortes na região, mostrando uma tendência de estancamento. De acordo com a IDC, o mercado chinês teve a sua primeira queda em sete anos, com 4% a menos em relação ao ano anterior, e 8% de queda diante do trimestre prévio.

Esses números, além do fato da Apple ter roubado a liderança da Samsung nas vendas dentro do país asiático, mostra uma mudança nas necessidades e exigências dos clientes chineses, coisas que já era prevista pela própria IDC e outras fontes. Annette Zimmermann, da Garnter, afirma que os fabricantes terão que optar pelas características premium para atrair esse setor de clientes, e assim aumentar de novo o número de vendas.

Estas ideias se baseiam no fato que os smartphones Apple se destacaram em um país onde até o momento vendia o acessível. Na prática, isso foi um castigo para os demais fabricantes, principalmente para a Samsung, que sofreu uma queda de vendas na China de 53% em relação ao ano passado, seguida pela Lenovo, com queda de 22%.

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2015: O ano da mediocriedade

Está cada vez mais difícil para os fabricantes se destacarem, ainda mais com o nível tecnológico que esses dispositivos possuem hoje. Câmeras mais poderosas, dispositivos com melhor construção, sensores mais sensíveis e processadores com melhor desempenho e menor consumo. E o chamado ‘teto tecnológico’ está afetando a demanda dos smartphones.

Não só o fato do cliente em potencial ter se habituado com características como leitores de digitais, resoluções ou megapixels, mas também pelas especificações mais chamativas (premium ou não): enquanto se deseja melhorar detalhes de hardware, outras características como a autonomia parecem ser sido esquecidas, afetando assim a decisão final de não comprar o dispositivo por temer não ficar satisfeito nesses aspectos.

Nem sequer entre os modelos top de linha temos um claro vencedor, mas sim uma frota de dispositivos que se equiparam. O HTC One M9 se transformou naquele onde muitos analistas consideram ‘o culpado’ dos últimos resultados financeiros da HTC, por não satisfazer a demanda esperada como nos modelos anteriores. O fabricante parece não ter acertado em sua aposta pelo continuísmo, e por um processador que apresentou resultados iniciais amedrontadores para os clientes em potencial.

A Samsung também não obteve os lucros esperados, por conta dos problemas de produção dos novos Galaxy S6 e S6 Edge, que representaram uma arriscada aposta por conta dos novos designs, que não devem ter provocado o apelo esperado pelos coreanos, que apesar de reformular os seus designs para uma construção mais premium nessa e em outras linhas, testemunham como a Apple claramente continua a ganhar terreno.

 

O que está por vir

Diante desse cenário de aparente exigência, resta ver o que os lançamentos dos segundo semestre de 2015 são capazes de fazer para mudar essa situação ao longo dos meses. Por enquanto, os fabricantes tentam reaquecer suas vendas a médio prazo, explorando novos mercados (como a Xiaomi fez ao desembarcar no Brasil), e veremos se os fabricantes modificam as suas estratégias, conseguindo assim recuperar a atenção do cliente que ainda está disposto a investir em um novo smartphone.


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