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O calcanhar de Aquiles dos dispositivos Android da Samsung: a interface TouchWiz

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O lado positivo de ter um blog independente é que você pode simplesmente criticar uma empresa ou um produto sem nenhum tipo de remorso. Mas, veja bem: críticas são válidas desde que você conte com um argumento válido e consistente para falar mal de alguma coisa. Pois bem, como tenho por hábito dar argumentos sobre minhas críticas, vamos à elas, e ao Samsung Galaxy Gran Duos.

Um dos patrocinadores do blog me ofereceu a possibilidade de testar o produto. O modelo não foi enviado pela assessoria de imprensa da Samsung do Brasil, uma vez que eles não mandam mais produtos para testes para o TargetHD.net. Logo, a isenção de opinião é total nesse aspecto.

Tive a curiosidade de testar o modelo (que veio da loja, devidamente lacrado), uma vez que ele era alardeado em outros sites de tecnologia como “o melhor smartphone dual-chip do mercado”. De fato, é o mais potente, e o que mais oferece possibilidades de uso para quem quer um smartphone com uma grande tela (5.01 polegadas). Agora, o conceito de “melhor” pode variar de pessoa para pessoa. E no caso do Galaxy Gran Duos, ele só não é o melhor (na minha opinião) por culpa da própria Samsung, com sua interface TouchWiz, que já foi alvo de minhas críticas no passado, principalmente nos tablets Galaxy Tab e Galaxy Tab 2.

O smartphone em si é bom. Na verdade, melhor do que eu esperava. Não quero entregar muito o ouro sobre o produto, uma vez que pretendo fazer o review dele. Aliás, muita gente disse muita bobagem sobre o aparelho, que em pontos considerados relevantes, vai muito bem (as duas câmeras dele são ótimas, e a tela de 5 polegadas é muito confortável para a interação, apenas para citar alguns dos pontos positivos). Porém, o produto tem dois problemas graves.

Para um modelo com uma tela TFT desse tamanho, sem nenhuma tecnologia para oferecer um maior consumo de autonomia de bateria, o Galaxy Gran Duos não pode ter uma bateria de apenas 2.100 mAh. Tá, ok, ele tem o recurso de economia de energia. Mas ele limita tanto os recursos do dispositivo, que ele fica praticamente inutilizável (mostrarei isso no review).

Quanto à interface TouchWiz, na tentativa de descobrir o motivo de sua bateria se drenar tão rapidamente, eu descobri que a própria Samsung coloca um monte de lixo desnecessário para ser executado junto com o smartphone. E esses programas todos vão minando a bateria de forma absurda.

Se você fica com a tela ativa o tempo todo, ou deixa o seu programa para redes sociais – Tweetdeck ou Echofon – recebendo mensagens em um intervalo de 3 minutos, a sua autonomia de uso mal alcança as seis horas de uso. Para chamadas, se você faz uma ligação de 20 minutos, você perde 4% de bateria. Ok, todos esses pontos são “aceitáveis”, pois somados à uma bateria de 2.100 mAh, não vai durar muito mesmo.

Mas o problema se torna realmente crítico quando analisamos o consumo do item “sistema operacional Android”, que é aquele que mais demanda da bateria do smartphone. Veja a imagem abaixo.

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Em menos de duas horas, eu já perdi 15% de autonomia de bateria (levando em conta que eu deixei ativo o Juice Defender, para que o mesmo desligue a conexão WiFi com o modelo em modo standby). Detalhe: são dois itens “Sistema Android” que são os líderes de consumo da bateria, com 39% do consumo, somados. Aquele que nos interessa é o segundo item, Sistema Android (já que o primeiro é o Android Jelly Bean em si). No segundo, temos todas as modificações feitas pela Samsung com a famigerada TouchWiz.

Veja abaixo a lista de aplicativos que ficam ativos no Galaxy Gran Duos, junto com a interface TouchWiz.

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Espera. Não acabou. Tem mais.

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E tinha mais uns dois ou três no final da lista.

Isso é praticamente uma atitude suicida da Samsung. Queima o filme MESMO dos seus dispositivos, que tem recursos ótimos, com funcionalidades interessantes, mas para garantir uma performance plena, coloca um monte de recursos trabalhando simultaneamente e em segundo plano, acabando com a autonomia de bateria do dispositivo. Eu já vi isso acontecer em outros aparelhos da fabricante sul-coreana, e como heavy user, esse é o tipo de coisa que me deixa frustrado, no mínimo.

Antes que você diga “isso não é um problema só da Samsung”, eu saliento que não estou falando dos outros. Estou falando da Samsung especificamente. Até porque os concorrentes da Samsung usam de outras estratégias para prevenir isso. Por exemplo, LG, Sony, Nokia e Motorola usam de materiais mais nobres e telas mais eficientes para economizar bateria. Até mesmo a tecnologia de processadores com melhor gerenciamento entram nessa conta. Mas o mais importante: até mesmo aqueles fabricantes que customizam a sua interface ao máximo não colocam tantos recursos ocultos dentro de sua interface, deixando programas ativos para que o smartphone entregue a tal “experiência de uso”.

Um exemplo disso: estou testando o LG Optimus G, e apesar do modelo consumir mais bateria em execuções mais pesadas (jogos, vídeos, etc), em um uso normal (e-mails, redes sociais, standby, música, etc), ele vai muito bem na sua bateria. Consegui alcançar pelo menos 36 horas em standby com o modelo. No Samsung Galaxy Gran Duos, se eu deixo ele em standby de um dia para outro, sua bateria perde, pelo menos, 10% de sua autonomia. Agora, imagine tentando utilizar o telefone.

Certamente teremos o review do Gran Duos aqui no TargetHD. Mas é triste constatar que a Samsung não resolveu esse problema, ou pior: não desiste da TouchWiz, que é, sem sombra de dúvida, o grande ponto negativo dos seus dispositivos com Android.


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