Gente sem noção e com muito tempo livre tem aos montes no Brasil. E pelo visto, no judiciário eles se multiplicam. O juiz Luis Moura Correia, da Comarca de Teresina (Piauí), determinou que uma empresa de acesso à internet suspenda o funcionamento do WhatsApp no Brasil. Apenas isso.
A decisão judicial (ou o seu texto, publicado pela revista Época) indica o bloqueio dos domínios whatsapp.com e whatsapp.net, além de todos os endereços de IPs vinculados aos domínios. O objetivo desa palhaçada é ‘garantir a suspensão do tráfego de informações de coleta, armazenamento, guarda e tratamento de registros de dados pessoais ou de comunicações entre os usuários e servidores (…) do WhatsApp, em que pelo menos um desses atos ocorra em território nacional’.
Traduzindo: o juiz quis bloquear que o serviço do WhatsApp funcione tal como o conhecemos. Até porque qualquer uma de suas principais atividades (troca de mensagens de texto, imagens, áudio e vídeo) é vetada pela decisão. Bom, quero dizer, na opinião do excelentíssimo juiz, que deve conhecer de tecnologia tanto quanto eu entendo de física quântica.
Não são detalhados os motivos para o bloqueio do WhatsApp no Brasil, e o processo corre em segredo de justiça. A decisão tomada em 11 de fevereiro resultou em uma notificação que o WhatsApp recebeu em 19 de fevereiro. A operadora que foi afetada pela decisão do juiz é a Vivo, que já busca recursos para cassar a decisão.
Como disse antes, tem muita gente com muito tempo livre por aí, e concentrando um poder que não merecia ter. Ou até mereça, pois quero acreditar que esse juiz estudou e trabalhou muito para isso. Mas no lugar de arbitrar sobre questões mais nobres e relevantes para o progresso da nação, gasta o seu tempo e seus recursos para se posicionar de forma ridícula sobre o mundo da tecnologia.
Sem falar na atitude de censura. Mas isso é uma outra história.