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Inteligência Artificial: produto ou serviço?

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Está todo mundo falando em Inteligência Artificial (IA), mas a discussão sobre o que ela realmente é está mais parada do que poste na rua. E algumas empresas ainda não entenderam o conceito prático de IA nas nossas vidas.

Entender se a Inteligência Artificial é um PRODUTO ou um RECURSO parece ser o segredo de sucesso das marcas e da tecnologia em si. E o próprio uso prático das ferramentas disponíveis ajuda a responder a questão que dá título para esse artigo.

Considerar a Inteligência Artificial como um produto independente é tentar dar forma para algo que é muito mais abrangente. Até porque quem usa IA hoje o faz como um recurso integrado em produtos que já existem, e nem se dá conta disso direito.

 

Produto vs Recurso: o duelo

Para explicar melhor o que estou querendo dizer, vamos pegar o exemplo do Clubhouse.

O aplicativo de talk chat apareceu durante a pandemia como algo “inovador e revolucionário”, mesmo não sendo. Porém, o app desapareceu tão rápido quanto surgiu, já que Spotify, Discord e Twitter integraram recursos similares em seus respectivos apps.

Dispositivos recentes como o Humane AI Pin e o Rabbit R1 representam tentativas de lançar a IA como um produto autônomo, e ambos não foram muito além de serem o esboço de propostas de IA como produtos dedicados.

Diante de tudo o que já testemunhamos em termos de Inteligência Artificial, está ficando cada vez mais claro que essa tecnologia existe para atuar como recursos integrados em outros dispositivos, pois isso tende a ser algo mais intuitivo e prático do que tentar vender um novo gadget que (muito provavelmente) o smartphone pode substituir.

Apple e Google deixaram claro que estão integrando a IA nas suas plataformas como recursos e features avançados, como escrita assistida, melhorias na Siri, geração de imagens e vídeos e outros recursos que estão integrados nos sistemas operacionais e aplicativos.

 

Os benefícios de uma IA integrada como recurso

Desenvolver e treinar modelos de IA é uma tarefa complexa e cara, onde apenas as gigantes do mundo da tecnologia contam com robustez financeira para se aventurarem nessa pequena aventura. São bilhões de dólares investidos, o que torna viável para os fabricantes apostarem nessa tecnologia em larga escala.

Por outro lado, a integração de uma IA em sistemas operacionais já existentes

A integração de IA em sistemas existentes oferece uma experiência mais fluida para os usuários. Ferramentas de assistência em texto, geração de emojis e melhor compreensão contextual são recursos que enriquecem a usabilidade dos dispositivos sem a necessidade de adquirir novos produtos.

E o mais importante: é uma forma de fazer com que a IA seja útil para o grande público, mas sem parecer um elemento assustador ou evitando gastos ainda maiores de investimento em gadgets adicionais.

Afinal de contas, já temos o smartphone que faz absolutamente tudo. É muito difícil substituir um dispositivo que levou 30 anos para evoluir e prevalecer no mercado. São raros os exemplos de produtos ou serviços que mantiveram a sua popularidade mesmo após suas funcionalidades serem replicadas como recursos em outras plataformas.

Até pode acontecer de vermos produtos dedicados ou autônomos com IA a longo prazo, mas a tendência de momento é que as ferramentas atuais sejam majoritariamente integradas como produtos, seguindo a tendência predominante.

Os poucos produtos que apareceram com a Inteligência Artificial como protagonista fracassaram, pelo menos por enquanto. E é melhor que seja assim.

O grande grupo de usuários ainda precisa se acostumar com a ideia antes de começar a pensar em dispositivos dedicados em larga escala. Até lá, vamos seguir pedindo receitas de miojo ou escrevendo artigos com um número menor de palavras digitadas.


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