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Especial | O dia em que as filas do iPhone se transformaram em um (sujo) negócio

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As filas para a compra de um novo iPhone são um fenômeno cultural. Ao longo dos anos, presenciamos como cada lançamento de um novo smartphone da Apple se transformava em um festival de gente se amontoando nas portas da Apple Store, esperando para comprar o dispositivo no dia do seu lançamento. Com o passar do tempo, as filas (quase) deixaram de ser notícia, se transformando da melhor forma de propaganda de um lançamento da empresa. Porém, as coisas estão mudando. E para um viés nada agradável.

Na última sexta-feira (19), presenciamos filas quilométricas nas portas das principais lojas dos Estados Unidos, como sempre acontece nos lançamentos da Apple. Porém, dessa vez, as pessoas que formavam essa fila estavam com outras intenções na hora de comprar um novo iPhone 6 ou iPhone 6 Plus. Intenções bem diferentes da paixão e felicidade que a empresa de Tim Cook nos transmite.

 

O vídeo acima foi gravado por Casey Neistat, produtor e diretor de cinema, especialmente conhecido por sua prolífica atividade no YouTube. Ele visitou no dia 18 de setembro várias unidades da Apple Store em diferentes locais de Nova York,  e encontrou um cenário desconcertante. Praticamente 95% das pessoas que formavam as filas eram asiáticos, que quase não falavam inglês, e que estavam em grupos. O primeiro da fila da loja em SoHo (por exemplo) era uma senhora que aparentava ter 70 anos de idade, que estava na fila há mais de 20 horas, que se distanciava e muito do perfil de consumidores de smartphones top de linha.

O que ela fazia ali? Estava lá pelo negócio de revenda de smartphones.

Os compradores se organizam em grupos (já que a Apple só permite a compra de duas unidades por pessoa), e ficam na fila por longas horas para comprar os dispositivos, que terão como objetivo final a revenda na China pelo dobro do preço original. Quando chegam na loja, as pessoas apontam em um papel os modelos que querem comprar, se comunicando com os vendedores por gestos. O pagamento sempre é feito em dinheiro vivo, que é passado pelo líder do grupo para cada integrante do grupo, um poco antes da abertura das lojas.

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Quando eles saem da loja (algo que o vídeo mais acima também mostra), os compradores se reúnem, entregando a mercadoria para o cabeça do grupo. As imagens de asiáticos guardando caixas e caixas de smartphones e recontando dólares pode ser vista de forma descarada, sem que ninguém faça (ou possa fazer) algo sobre o assunto.

A Apple já informou que no primeiro final de semana de vendas, os novos iPhone 6 e iPhone 6 Plus venderam mais de 10 milhões de unidades. Porém, o quão valoroso é essa marca levando em conta que a empresa leva prejuízo com o contrabando, e que muitas dessas unidades chegaram ao mercado dessa forma.

Fato é que: a magia das filas da Apple desapareceu, já faz algum tempo. E duvido que a gigante de Cupertino está contente com isso.


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