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É possível confundir um iPad com um Galaxy Tab? Um jornalista testou isso na Best Buy dos Estados Unidos

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(foto: Josh Lowensohn/CNET)

A briga nos tribunais norte-americanos entre Apple e Samsung está mais quente do que nunca, e um dos cernes da questão está na aparência do produto. A Apple alega que o Galaxy Tab 10.1 é a “cópia” do iPad, e os consumidores podem facilmente confundir os dois tablets, e isso causaria um prejuízo “sem precedentes” para o produto de Cupertino (como se isso fosse possível). Mas isso é apenas uma teoria. Ninguém até então havia testado isso na prática. Até agora.

O jornalista do CNET, Chris Matyszczyk, decidiu tirar “a prova dos nove”, buscando a resposta para a pergunta: “pode alguém em sã consciência entrar em uma loja de departamentos e confundir o Galaxy Tab com um iPad, mesmo que sugestionado para isso?” Bom, um estudo realizado anteriormente já sugeria que a resposta era “não”, pois apenas 9% dos consumidores norte-americanos voltavam para alguma loja da Best Buy para trocar o seu tablet Samsung por um iPad, por ter se confundido.

Mas isso não quer dizer nada. Isso pode significar apenas que esse número apenas não optou pelo iPad como primeira escolha, e tenham mudado de ideia depois da experiência de compra. Por isso, para eliminar todas as dúvidas, Chris foi até uma loja da Best Buy, se disfarçar de um consumidor normal, e compartilhar dessa estudo de campo com outros consumidores, e tentar detectar se, na prática, alguém consegue confundir o produto da Apple com o da Samsung.

Para começar, assim que você entra na loja, você encontra um grande logo da Apple, mas nas bancadas, ele encontrou vários desktops, mas não viu iPads. Os vendedores da loja explica que os iPads terão em breve o seu próprio display no estabelecimento. De qualquer forma, nas prateleiras, pelo menos cinco unidades do tablet de Cupertino foram detectados, em um local muito mais destacado que os demais produtos. Clientes questionavam se o produto poderia fazer ligações, uma vez que os operadores da Best Buy se referiram ao produto como “um grande iPhone” (de forma errônea, é claro).

Chris então questionou um dos vendedores da loja se o iPad fazia a mesma coisa que o Galaxy Tab, e o vendedor disse “sim”. O jornalista reforçou a pergunta: “não tem diferença entre os dois?”, e o vendedor afirma: “os dois fazem a mesma coisa”. Chris então resolve insistir: “mas… eles não são idênticos?”, e o vendedor afirma: “oh, não! Veja, o design é levemente diferente”.

E, em uma rápida demonstração, o vendedor mostra diferenças suficientes entre os dois produtos. Suficientes a ponto do consumidor leigo diferenciar os dois produtos com clareza (segundo a opinião do jornalista que visitou a loja da Best Buy). Continuando o diálogo, Chris questiona ao vendedor: “Então as pessoas que visitam a loja conseguem confundir os dois produtos?”. O vendedor responde “Não, isso nunca aconteceu comigo ou com qualquer um que eu conheço aqui”.

As diferenças? O vendedor explica dizendo que o iPad “é fácil de usar; eu comprei duas unidades para os meus pais, e eles adoraram. iPads são ideias para as pessoas mais velhas. Para os mais jovens, eu não recomendo o iPad, eu recomendo o Android”. Essa informação vai um pouco na contramão da pesquisa divulgada na semana passada, onde a faixa predominante dos fãs e consumidores da Apple estava na faixa acima dos 35 anos de idade.

O jornalista questiona por que as pessoas mais jovens preferem o Android. A resposta veio de imediato pelo vendedor: “customização”. Completando a conversa, Chris comentou com o vendedor sobre a guerra entre Apple e Samsung nos tribunais: “mas eu ouvi dizer que nos tribunais eles estão dizendo que o Galaxy Tab e o iPad parecem ser o mesmo produto”. Então, o vendedor diz: “não… olha, eles não são iguais em seu design, e eles não estão brigando por causa disso. A briga é por causa das vendas”. Bom, isso, todo mundo sabe.

Conclusão: a Apple é, no mínimo, inocente (para não dizer cretina) em usar como alegação que “o consumidor pode confundir os dois produtos”. Dizer que os produtos são iguais, similares, parecidos, ou seja lá o termo que você queira utilizar, tudo bem. Agora, subestimar o consumidor a ponto de dizer que ele vai confundir o popular e bem sucedido iPad com o Galaxy Tab 10.1 é “jogar a culpa na plateia por não entender a piada”. Acho que, mesmo consumidor mais leigo, não vai se confundir em hipótese alguma em relação aos dois produtos, principalmente se levarmos em conta que, em último caso, se ele está procurando um iPad, ele vai perguntar ao vendedor, que vai te mostrar um iPad genuíno.

Outro detalhe importante: é direito do consumidor comparar o produto da Apple com os seus concorrentes (incluindo o Galaxy Tab), e se o consumidor encontrar alguma vantagem no produto concorrente, a Apple não tem nada a ver com isso. Aliás, os fabricantes de tecnologia que se preocupem em fazer produtos melhores, de maior qualidade, com recursos interessantes. Se a Apple quer colocar a exceção na regra, é um erro absurdo. Convenhamos: 9% não é a maioria, e quantos de vocês, leitores do TargetHD, já confundiram o iPad com o Galaxy Tab? Sei lá, de 10… um?


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