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A grande dor de cabeça da Apple está nos mercados emergentes

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Os últimos números apresentados pela empresa de análise de mercado Kantar Worldpanel relativos ao último trimestre fiscal (que encerrou em setembro de 2012) mostram que o momento do sistema Android nos mercados emergentes é simplesmente formidável. Nos últimos três meses, o iPhone 4S registrou quedas de vendas nesses países, comparando os resultados com o mesmo período de 2011. E, nesse caso, não podemos levar em consideração a proximidade do iPhone 5, que naturalmente provoca um desaquecimento nas vendas do modelo anterior, uma vez que o novo smartphone da Apple só vai chegar nos mercados emergentes no final do ano.

Um detalhe importante a ser levado em consideração no estudo da Kantar: eles analisaram as vendas apenas de dois dos principais países emergentes, o México e o Brasil. Mas eles podem muito bem ser o termômetro daquilo que acontece nos demais países que se encaixam nessa categoria. Nos países citados no relatório, o principal motivo para o sucesso do sistema do Google é o grande número de smartphones da Samsung, LG, Motorola, Huawei e ZTE com preços muito mais baratos que o iPhone, impulsionando assim o market share do Android.

No México, por exemplo, a fatia de mercado dos smartphones Android saltou de 19% para 37% em um ano. No Brasil, os números são ainda mais expressivos, pois essa mesa cota teve um aumento de quase 150% em 12 meses, saindo de 20% em 2011 para 47% em 2012.

Ao mesmo tempo, a fatia de mercado do iOS no México caiu pela metade. Saiu de 8.6% no ano passado, para 4.7% em 2012. No Brasil, que está com uma economia forte, com uma nova classe média com maior poder de compra, registrou-se um crescimento de mercado dos smartphones da Apple, mas ainda assim, muito atrás, sem sequer chegar a incomodar a cota do Android. Saiu dos 2% em 2011 para 6.2% em 2012.

A diferença chega a ser abismal. Vamos nos restringir ao Brasil, que é o que nos interessa. Enquanto que um smartphone Android de entrada, um bem simples, custa em torno de R$ 300, um iPhone 4S pode custar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, dependendo do modelo a ser adquirido (capacidade de armazenamento) e do local onde ele vai ser comprado (a Apple Brasil cobra os valores mais caros). Um iPhone 4S “subsidiado”, mas preso a um plano de dados que pode custar, pelo menos, R$ 300/mês, pode custar em torno de R$ 1.200.

Aí você vai dizer “ah, mas você está comparando um smartphone Android básico com um monstro que é o iPhone 4S…”. Concordo com você. Mas aqui, o que importa é a fatia de mercado, e não a qualidade do produto. Mas, se você quer insistir nessa vertente, podemos pegar um bom smartphone Android, que tem especificações técnicas muito próximas ao do iPhone 4S, e pagar entre R$ 1 mil e R$ 1.300, sem nenhum tipo de plano de dados.

Em algum momento no futuro, a Aplpe vai ter que fazer escolhas difíceis em relação aos preços dos mercados emergentes, e esse futuro não pode ser a longo prazo. De novo: não estamos discutindo a qualidade dos produtos, e sim, a penetração de mercado de uma marca ou sistema operacional móvel, que é algo que agrega valor ao mercado tanto quanto as especificações técnicas de um produto. Portanto, a perspectiva de ver a Samsung tendo uma vantagem no volume de vendas nesses países que pode ser de 3 por 1 ou até 4 por 1, e que isso se reflete diretamente na corrida de vendas globais, é uma dor de cabeça gigantesca para a empresa de Cupertino.

As 50 milhões de unidades vendidas pela Samsung a cada trimestre já dá uma vantagem considerável para os sul-coreanos, e não só nos lucros no mercado final, mas principalmente no fornecimento de componentes. Para ela mesma, e para os seus parceiros, que acabam indiretamente vendendo smartphones Android, mesmo que em escala menor. Como a Samsung também oferece componentes para os seus concorrentes, esses números tendem a engordar mais um pouco. Logo, não é difícil de se explicar por que eles são os líderes mundiais no mercado de smartphones.

O estudo da Kantar também mostra que a Apple não enfrenta dificuldades apenas nos mercados emergentes. Na Alemanha, que é considerado o mais importante mercado europeu, a Samsung derrota a Apple em 22% a 11%. O Galaxy S III é um verdadeiro sucesso no país germânico, e no restante do Velho Continente, acredite se quiser, mas os smartphones chineses estão fazendo a festa dos jovens europeus. Em países em crise econômica gigantesca, como é o caso da Espanha, a fatia de mercado do Android chega aos inacreditáveis 84%. O motivo? O desemprego, que atingiu a marca de 25%, e fez com que os consumidores trocassem os seus caros smartphones (incluindo os iPhones) pelas as opções mais baratas e econômicas disponíveis no mercado local.

Mas o relatório da Kantar não fala apenas de iOS e Android. Mostra também que o Windows Phone também conquista mercado em determinados países. No México e na Itália, por exemplo, o sistema operacional móvel da Microsoft já tem mais mercado que o BlackBerry, que por sua vez, caiu pela metade no Brasil (de 4.1% em 2011, para 2.1% em 2012).

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