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A fragmentação do Android continua: apenas 2.7% dos dispositivos contam com o Jelly Bean

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A fragmentação no Android é um fato inegável, além de ser a origem da maioria das críticas que o sistema operacional recebe. A adoção de novas versões do sistema acontece em um ritmo muito lento, e o resultado disso são as grandes diferenças entre os diferentes smartphones disponíveis no mercado. Não me entendam mal. Eu acho o Android um sistema incrível, mas é frustrante você ter que utilizar como critério de compra a difícil escolha entre um modelo que conta ou não com uma versão mais recente do sistema, ou pior: se o dispositivo a ser adquirido será ou não atualizado para a mais recente versão do Android.

E, ao que tudo indica, o cenário não vai mudar tão cedo. Se olharmos para os dados da última análise de distribuição do sistema Android realizada pelo pessoal da Android Developpers, vamos nos certificar que a versão 2.3 (Gingerbread) está hoje presente em mais da metade dos dispositivos ativos no planeta. Mais precisamente, em 54.2% dos smartphones e tables Android comercializados, sendo esta a versão mais usada do Android (nesse caso, a mais usada não quer dizer que é a mais popular, mesmo porque em muitos casos, o usuário não tem muita opção para escolher). É um número muito elevado, principalmente se levarmos em conta que o Android Gingerbread já tem dois anos de vida.

Por outro lado, o Android 2.2 (Foryo) tem uma cota de 12%, enquanto que a versão 4.0 (Ice Cream Sandwich) está na faixa dos 25.8%. Aqui, temos uma notícia boa e outra, ruim. A boa é que o Android Froyo segue em rota de extinção. A ruim (aliás, muito ruim) é que o Android Ice Cream Sandwich, com mais de um ano de mercado, possui apenas 1/4 de todo o mercado Android. E isso acaba impactando diretamente na penetração do Android 4.1 (Jelly Bean), que conta com apenas 2.7% do mercado total do Android.

O estudo também revela que o crescimento do Android Ice Cream Sandwich ainda é muito baixo, com uma média de 2.1% em comparação com os dados da pesquisa anterior. No caso do Jelly Bean, o crescimento é mais fraco ainda: 0.9%. Por outro lado, temos um dado positivo: a cota de mercado do Gingerbread começa a cair, mesmo que lentamente, com uma descendente de 1.6% ao mês.

Os números evidenciam algumas coisas. A primeira delas é que não há muito esforço por parte dos fabricantes em atualizar os dispositivos atuais para as novas versões do Android. Afinal de contas, é mais lucrativo fazerem os usuários comprarem os novos dispositivos com a versão mais atualizada do sistema do Google. Essa prática incomoda, pois é evidente que boa parte dos smartphones disponíveis no mercado suportam pelo menos um ciclo de atualização para uma nova versão, e em muitos casos, isso não é feito por “falta de vontade política” dos fabricantes (o Cyanogenmod está aí, e não me deixa mentir).

Por outro lado, em mercados considerados chave para o sucesso do Android (principalmente nos mercados emergentes, especialmente no Brasil), os dispositivos com Android Gingerbread ainda custam muito mais baratos que os modelos mais atualizados e/ou com novas versões do sistema do Google. E enquanto existir mercado para esses dispositivos, eles serão lançados. Afinal de contas, ainda tem gente comprando, não é mesmo?

Com o lançamento do Android 4.2 (Jelly Bean), a promessa do Google é oferecer dispositivos mais baratos (se levarmos em conta as suas configurações de hardware, como é o caso do LG Nexus 4) e melhorar a distribuição de suas últimas versões. É sempre bom lembrar que para o próprio Google, o que importa também é ter o seu número de pessoas utilizando o seu sistema inflando a cada mês, pois é isso que está agregando valor de mercado ao Android. E quanto mais pessoas utilizando o sistema do robozinho verde, mais aplicativos são comercializados na Google Play, gerando assim a tão sonhada receita comercial.

Esse é um dos problemas que a Apple não enfrenta. Com um controle de software e hardware bem mais rígidos, eles fazem com que todos os dispositivos que suportam a nova versão do iOS sejam atualizados ao mesmo tempo, no mesmo dia. Isso é, se os servidores da Apple aguentarem a demanda, certo?


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